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Governo francês aperta cerco aos coletes amarelos

Após mais um fim-de-semana de protestos violentos, o primeiro-ministro francês anunciou esta segunda-feira um endurecimento da legislação contra actos de vandalismo. Philippe prometeu ontem 80 mil polícias para fiscalizar manifestação de sábado.

Reuters
07 de Janeiro de 2019 às 20:35
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O primeiro-ministro francês anunciou esta noite noite um endurecimento da lei de modo a castigar os participantes em manifestações ilegais e os que se envolvam em atos de vandalismo. "Aqueles que aparecem de cara tapada, cometem hoje em dia uma contra-ordenação, amanhã deverá ser um delito.

Devem ser os vândalos a pagar e não os contribuintes", afirmou Edouard Philippe, numa entrevista ao canal televisivo TF1. "Não podemos aceitar que alguns se aproveitem destas manifestações para transgredir, partir e queimar. Esses nunca terão a última palavra no nosso país", declarou o primeiro-ministro, citado pelo jornal Le Monde.

Uma das medidas passará por dispositivos que impeçam elementos associados a atos de vandalismo (designados como "casseurs") de aceder às manifestações, sendo identificados através de ficheiros com informações pessoais, explicava o jornal Liberation.

Edouard Philippe anunciou igualmente um reforço do dispositivo policial para o próximo sábado, data em que estão previstas novas mobilizações dos coletes amarelos. O primeiro-ministro prometeu 80 mil polícias em todo o país, à semelhança do que aconteceu nas manifestações em meados de Dezembro, quando o movimento estava no seu apogeu. Nessa altura, a intervenção policial destacou-se por "detenções preventivas", com as forças de ordem a impedirem deliberadamente o acesso de determinados grupos, considerados perigosos, aos locais de manifestação.

Apesar da maioria dos organizadores dos coletes amarelos apelarem a protestos pacíficos, as manifestações têm ficado sempre marcadas pelas imagens de violência e destruição. Mas as acusações de violência são feitas pelos dois lados. A imagem do governo francês tem sido também penalizada por algumas actuações da polícia, relatadas pelos media.

Um movimento espontâneo com apoios dos extremos

O movimento dos coletes amarelos surgiu, aparentemente de forma espontânea, quando foi convocada através das redes sociais uma manifestação para 17 de Novembro contra o aumento do imposto sobre os combustíveis. Embora os coletes amarelos se declarem independentes de quaisquer partidos ou sindicatos, contam com o apoio dos principais partidos da extrema-direita e extrema-esquerda.

Após manifestações muito participadas por todo o país, quase sempre marcadas por episódios de grande violência, o presidente francês decidiu atender a algumas reivindicações. Além de cancelar o aumento do imposto sobre os combustíveis, Macron anunciou um aumento de 100 euros do salário mínimo nacional, a isenção de tributação para as horas extraordinárias e isenção de contribuição social para as pensões abaixo de dois mil euros. O movimento perdeu ânimo depois do anúncio destas medidas, mas voltou a ganhar força no último sábado.
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