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Governo britânico corta previsões de crescimento e aumenta despesa pública
O ministro britânico das Finanças anunciou no Parlamento que o Governo de que faz parte pretende apostar no aumento da despesa pública e na construção de infra-estruturas. Hammond reviu em forte baixa perspectivas de crescimento.
Presente no Parlamento britânico para fazer a tradicional Declaração de Outono, o ministro das Finanças do Reino Unido, Philip Hammond anunciou uma aposta para os próximos anos que passa pelo aumento da despesa orçamental e do endividamento.
Hammond revelou que o crescimento do investimento público será direccionado para a construção de novas infra-estruturas, além da melhoria das vias de comunicações (terrestres e telecomunicações) já existentes com o objectivo de reforçar a produtividade do país.
O governante adiantou que o objectivo para 2017 passa por elevar o investimento em novos projectos de infra-estruturas dos 0,8% do PIB verificados este ano para um intervalo entre 1% e 1,2%.
Philip Hammond adiantou que em 2017 o Reino Unido terá de recorrer aos mercados para se financiar em 59 mil milhões de libras, em 46,5 mil milhões em 2018 e 2019 e a 21,9 mil milhões em 2020. Tudo montantes superiores ao até aqui esperado, embora Hammond tenha reiterado o compromisso do Governo em manter a disciplina orçamental.
Uma das principais apostas – no valor de mil milhões de libras – será feita na melhoria das infra-estruturas digitais do país. "Para o futuro os nossos transportes, empresas e estilo de vida requerem uma infra-estrutura digital de topo mundial", sustentou Hammond.
Além desta aposta com a qual o Governo britânico pretende responder aos efeitos negativos relacionados com a vitória do Brexit no referendo de Junho, este ministro do Governo chefiado por Theresa May actualizou as perspectivas governamentais para o crescimento que consubstanciam uma grande revisão em baixa.
Apesar de prever um crescimento do PIB de 2,1% em 2016, mais do que era previsto em Março, Hammond prevê agora um avanço da economia de apenas 1,4% em 2017, bem abaixo da estimativa anterior que apontava para os 2,2%. Para 2018, 2019 e 2020 Londres antecipa crescimentos anuais do produto de 2,1%.
Como já tinha sido antecipado pela imprensa, o Governo britânico decidiu ainda aumentar o salário mínimo nacional de 7,20 libras por hora de trabalho para 7,50 libras, uma decisão que terá efeitos a partir de Abril de 2017.
Ainda para apoiar as famílias com menores rendimentos, Hammond anunciou que será cortada a taxa relativa às contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social (TSU), incluindo as taxas aplicadas aos complementos salariais contributivos.