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França tem novo Governo à prova de críticas contra a austeridade

Já foi anunciado o novo Governo francês que pretende cumprir a pretensão de Hollande: uma equipa "coerente e solidária". Para a pasta da economia vai o conselheiro económico de François Hollande, Emmanuel Macron. A agora ex-ministra para a Igualdade, Najat Vallaud-Belkacem, assume a pasta a Educação.

26 de Agosto de 2014 às 19:19
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O Presidente francês, François Hollande, tinha encarregado, esta segunda-feira, o primeiro-ministro, Manuel Valls, de formar um novo Governo já esta terça-feira. Pouco mais de 24 horas, foi o tempo necessário para Valls formar o novo Executivo que, por vontade própria, alinhavada com Hollande, deve ser à prova de novas cisões anti-políticas de austeridade.

 

O até agora conselheiro económico de Hollande, Emmanuel Macron, será o próximo ministro da Economia, em substituição do contestatário da linha de rigor orçamental Arnaud Montebourg, cujas críticas à orientação das políticas gaulesas precipitou a demissão de um Governo que teve apenas seis meses de vida.

 

Segundo escreve o El Mundo, Emmanuel Macron, que fica ainda encarregue da Indústria e do Mercado Digital, desempenhou um papel fundamental, junto com o actual ministro das Finanças, na feitura do programa de Governo apresentado por Hollande quando venceu as presidenciais de 2012. 

 

Na Educação, quem substitui Benoit Hamon é Najat Vallaud-Belkacem, que detinha até ao momento a pasta para a Igualdade, ficando ainda na incumbência do Ensino Superior e Investigação.

 

O ministério da Cultura, até aqui na responsabilidade de Aurélie Filippetti, passa para as mãos da até aqui secretária de Estado do Turismo, Fleur Pellerin.

 

Daquele que é já o quarto Governo desde que o actual Presidente assumiu funções no Eliseu, apenas saem os três ministros que se mostraram contrários à linha política seguida por Hollande e Valls. Na sequência das críticas dirigidas por Arnaud Montebourg durante o fim-de-semana passado, o Presidente francês afirmou que esta não era a altura de colocar em causa o ajustamento até agora alcançado pelas políticas seguidas pelo Governo.

 

Os três agora ex-governantes foram demonstrando desconforto, especialmente nos últimos dias, relativamente às políticas económicas adoptadas a partir do Eliseu. Foi inclusivamente atacado aquilo que foi considerado uma subalternização às directrizes alemãs, uma crítica feita, designadamente, por Montebourg.

 

No novo Executivo, que será composto por oito ministros e oito ministras, mantêm-se pesos pesados como Laurent Fabius nos Negócios Estrangeiros, Michel Sapin nas Finanças e Ségolène Royal, ex-mulher de Hollande, com a pasta da Ecologia, Desenvolvimento Sustentável e Energia. 

 

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, anunciou ao início da noite que vai apresentar uma moção de confiança no Parlamento "sobre um programa de trabalho", em Setembro ou Outubro.

 

"Eu irei, na sessão Assembleia Nacional, apresentar um voto de confiança sobre um programa de trabalho em Setembro ou Outubro", disse o chefe do executivo gaulês em declarações proferidas ao canal de televisão France 2, citado pela agência Lusa.

 

(Notícia actualizada às 21h45 com declarações de Manuel Valls)

 
Veja a lista completa dos novos ministros do Executivo francês:
  • Emmanuel Macron - Economia

Fleur Pellerin - Cultura e Comunicação

  • Michel Sapin -  Finanças e Contas Públicas
    • Najat Vallaud Belkacem - Educação
  • Ségolène Royal - Ecologia, Desenvolvimento Sustentável e Energia 
  • George-Pau Langevin - Ultramar
  • Bernard Cazeneuve - lnterior
  • Marisol Touraine - Saúde
  • Christiane Taubira - Justiça
  • Laurent Fabius - Ministro dos Assuntos Exteriores e Cooperação Internacional
  • Jean-Yves Le Drian - Defesa

François Rebsamen - Trabalho e Formação Profissional

  • Marilyse Lebranchu - Descentralização e Fundos Públicos
  • Sylvia Pinel - Habitação, Ordenação do Território e da Igualdade
  • Patrick Kanner - Juventude e Deporto
  • Stéphane Le Foll - Agricultura e porta-voz do Governo
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