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Corbyn admite que segundo referendo sobre o Brexit "ainda é uma opção"

Líder da oposição exige que Teresa May rejeite a possibilidade da saída do Reino Unido da União Europeia ocorrer sem acordo. UE diz que “se as linhas vermelhas do Reino Unido mudarem”, a União mudará imediatamente o acordo de saída.

Reuters
17 de Janeiro de 2019 às 14:58
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O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, acusou a primeira-ministra, Theresa May, de nunca ter qualquer "tentativa séria" para obter um acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia no parlamento e de perpetrar uma encenação ao dizer que quer negociar com os outros partidos. Numa mensagem direta à líder do governo, Corbyn deixou ainda uma exigência: "Retire já da mesa a possibilidade de um Brexit sem acordo, por favor, senhora primeira-ministra".

Durante um discurso na cidade costeira de Hastings, no sul do Reino Unido, o líder do maior partido da oposição assumiu ainda que a possibilidade de uma nova consulta popular não pode ser rejeitada. "Se o governo continuar intransigente, se o apoio à alternativa trabalhista for bloqueado por questões partidárias e o país enfrentar o desastre potencial de nenhum acordo, temos o dever de olhar para outras opções, incluindo um novo referendo", assumiu, rejeitando que se fale de uma "reedição" da votação de 23 de junho de 2016. "Tem que haver uma discussão sobre as opções que foram apresentadas", acrescentou. Nessa altura, disse ainda, o partido decidirá que "papel desempenhará" nessa discussão.

Na terça-feira à noite, o parlamento britânico rejeitou o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia negociado pelo governo de Theresa May com Bruxelas, por 432 votos contra e apenas 202 a favor. A dois meses e meio da data prevista para a saída britânica da UE, os deputados da Câmara dos Comuns rejeitaram de forma maciça o acordo de saída, apesar do último apelo feito pela primeira-ministra, imediatamente antes da votação, contra "a incerteza" que a rejeição do texto provocaria. No dia seguinte, a líder do executivo sobreviveu a uma moção de censura.

Esta quinta-feira, o negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, garantiu que, "se as linhas vermelhas do Reino Unido mudarem", a UE mudará imediatamente o acordo de saída.

"As linhas vermelhas são do Reino Unido, não são nossas, e fecharam portas" na negociação do acordo de saída, disse Barnier na Assembleia da República, em Lisboa, para defender o acordo já negociado como "o melhor possível". "Se o Reino Unido mexer nas linhas vermelhas, nós mexemos imediatamente, se quiser mais, estamos prontos", assegurou.

O parlamento britânico vai votar um plano alternativo sobre o Brexit no próximo dia 29.

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