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Charles Michel sai mais cedo do Conselho Europeu

Calendário antecipa-se e Charles Michel sai em julho, quatro meses antes do previsto. Lugar vago volta a abrir discussão sobre futuro de António Costa.

Olivier Hoslet/EPA
07 de Janeiro de 2024 às 12:17
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O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou este sábado que vai concorrer às eleições europeias de junho, o que o obriga a abandonar precocemente as suas atuais funções, caso seja eleito.

Numa entrevista a três meios de comunicação social belgas, Michel disse no sábado que tenciona ser o candidato principal do seu partido liberal Movimento Reformista quando a UE for às urnas entre 6 e 9 de junho.

"Quero servir onde for útil e penso que posso ser útil a nível europeu", afirmou ao Le Soir, De Standaard e La Libre. Se for eleito, terá de se demitir antes de tomar posse como deputado europeu, a 16 de julho, disse também o antigo primeiro-ministro belga.

O mandato, o seu segundo de dois anos e meio, deveria acabar apenas a 30 de novembro.

Na mesma entrevista, Charles Michel afirmou que a Europa "está numa encruzilhada". "É preciso reforçar a legitimidade da democracia europeia".

O anúncio da saída antecipada de Charles Michel do cargo volta a abrir a discussão sobre a eventual ida de António Costa, primeiro-ministro português demissionário, para Bruxelas.

O cargo de presidente do Conselho Europeu tem sido um dos apontados como sendo do interesse de António Costa, antes de o governante ter sido confrontado com a Operação Influencer, que culminou na sua demissão e dissolução da Assembleia da República.

Costa afirmou no passado que não pretende ocupar cargos públicos enquanto não estiver resolvida investigação em curso no Supremo Tribunal de Justiça a propósito da Operação Influencer.

Contudo, o Expresso noticiou no final de dezembro que o p
rocurador do Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça pediu aos colegas do Departamento Central de Investigação e Ação Penal elementos de prova sobre a Operação Influencer e, mais especificamente, indí­cios de que possa ter havido ou não interferência do primeiro-ministro, António Costa, no processo que levou ao licenciamento e construção de um centro de dados em Sines. O objetivo é acelerar o processo em torno do primeiro-ministro.

 

 Este domingo, no congresso do PS, o socialista António Vitorino afirmou que "António Costa tem um papel importante a desempenhar para o país e para a Europa".

Em declarações à RTP, o antigo comissário europeu frisou que Costa, "como primeiro-ministroM granjeou respeito e consideração dos seus colegas primeiros-ministros, independentemente da sua orientação partidária". E enfatizou que "se em novembro, das eleições amaericanas, resultar aa eleição de Trump a Europa vai estar confrontada com a necessidade de sustentar a Ucrânia sozinha".

Foi nesse contexto que Vitorino defendeu a necessidade de uma figuras fortes à frente das instituições europeias. "É um desafio maior para a UE, para a paz e estabilidade de todo o continente europeu."

Pedro Nuno Santos elogia Costa, mas afasta timing
O secretário-geral do PS afirmou este domingo que António Costa é "um dos melhores" no PS e que "é muito desejado na Europa". Nesse sentido, afirmou à entrada para o último dia do congresso socialista, disse esperar e desejar "o melhor para António Costa".

Apesar disso, quando confrontado sobre se a saída de Charles Michel abriria espaço a António Costa no Conselho Europeu, Pedro Nuno Santos evitou o tema e frisou que este ainda não é o tempo de discutir as eleições europeias e os futuros cargos que resultarão do novo desenho do Parlamento Europeu.

(Notícia atualizada às 12h52 com declarações de António Vitorino e às 13h17 com declarações de Pedro Nuno Santos)

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