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Centeno não exclui eurobonds e descarta austeridade para responder à crise

Numa entrevista com cinco jornais europeus, Mário Centeno afirmou que a solidariedade europeia não tem de passar pela emissão de eurobonds, mas não excluiu esta opção.

Centeno disse no final de fevereiro que a economia portuguesa deverá ter tido      já em 2019 o primeiro excedente orçamental em democracia, indo ao encontro das expectativas da S&P.
André Kosters/Lusa
15 de Abril de 2020 às 09:44
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O ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo reitera que não é a altura de avançar com a mutualização de dívida na Europa, mas não descarta este mecanismo no âmbito das medidas a implementar para responder ao impacto da pandemia.

 

Numa entrevista com cinco jornais europeus, Mário Centeno afirmou que a solidariedade europeia não tem de passar pela emissão de eurobonds, mas não excluiu esta opção.

 

"A solidariedade é algo que está no coração e conceção da União Europeia. Esta não é uma crise que devemos enfrentar com os velhos manuais, não é fruto de debilidades estruturais", pelo que a estratégia tem de passar pela união "e ajudarmo-nos a diluir os custos".

 

Questionado se esta solidariedade passava pela mutualização da dívida, Centeno respondeu que "não necessariamente, mas não as excluo [eurobonds]".

 

Citado pelo El Mundo, Centeno afirmou que "temos visto reações muito favoráveis e também de oposição a determinadas soluções, como a emissão conjunta de dívida. Não me cabe julgar agora, mas o objetivo económico é muito claro e está no acordo [do Eurogrupo]: distribuir o custo ao longo do tempo e com financiamento apropriado. Temos que ser inovadores, pensar fora da caixa, ir além do convencional e dar uma resposta concreta".

 

Acrescentou ainda que "precisamos de instrumentos úteis, com racional económico e de acordo com a dimensão de cada desafio".

 

Centeno afastou também o recurso a medidas de austeridade para financiar os custos que os países vão ter com as medidas de apoio à economia. "A única solução para esta crise, de proporções descomunais, não é a austeridade, mas sim distribuir a carga ao longo do tempo".

 

O jornal espanhol titulou a entrevista pelo alerta de Centeno de que serão necessário dois anos para a economia regressar aos níveis de 2019.

 

Todos os outros jornais optaram por ângulos  diferentes. O alemão Frankfurter Allgemeine destacou a urgência de ser dada uma resposta à crise e o italiano Corriere della Sera a promessa de não fazer divisões entre o norte e o sul. O francês Le Monde destacou a necessidade de serem seguidas receitas que não estão nos livros tradicionais e o holandês NRC destacou que só uma Europa unida pode "enfrentar a montanha da dívida".



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