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Centeno: Itália precisa de “continuar a reduzir a dívida”
Parece certo que Itália vai escapar de um processo disciplinar devido às suas contas públicas, mas precisa de continuar a reduzir o peso da dívida sobre a economia.
Mário Centeno deixou claro, à entrada para a reunião dos ministros das Finanças, que Roma conseguiu evitar um procedimento por défice excessivas porque atuou em conformidade com as regras europeias. Mas deixou alertas: é preciso continuar com o trabalho.
"Precisamos de continuar o processo de redução do rácio de dívida de Itália", afirmou Mário Centeno as jornalistas à chegada à reunião do Eurogrupo, que decorre esta segunda-feira, 8 de julho, em Bruxelas.
O presidente do Eurogrupo, e ministro das Finanças de Portugal, salientou que "Itália evitou o procedimento por défices excessivos porque tomou medidas."
Centeno adiantou ainda que as "boas notícias" de Itália vão ser discutidas na reunião do Eurogrupo desta segunda-feira.
À entrada da reunião o ministro das Finanças de França, Bruno Le Maire, também deu o seu "aval" a Itália, considerando que a Comissão Europeia tomou "uma boa decisão" quando anunciou que não ia prosseguir com o procedimento por défices excessivos.
Na semana passada, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, apresentou um plano orçamental com alterações, que implica uma redução do défice para 2,04%, em vez dos 2,4% previstos em abril.
Esta revisão das metas mereceu uma resposta rápida da Comissão Europeia, com o comissário dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, a revelar que já não há razões para prosseguir com o processo disciplinar a Roma.
O comissário europeu explicou então que as medidas apresentadas esta semana mostram que Roma "quer respeitar as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento" ao incluir uma correção para este ano no valor de 7,6 mil milhões de euros, ou 0,42% do produto interno bruto em termos nominais. Mas, acrescentou, é "preciso continuar a monitorizar a execução orçamental de Itália muito de perto no segundo semestre do ano."
Para que o procedimento por défices excessivos não avance será necessário que o Eurogrupo valide a decisão. O que, a avaliar pelas declarações proferidas à entrada por vários responsáveis, parece estar no bom caminho.
Já esta segunda-feira, o ministro das Finanças italiano, Giovanni Tria, deixou claro que Roma quer continuar a melhorar as contas públicas do país. Depois do esforço deste ano, afirmou, "precisamos de continuar nessa direção", salientou, citado pela Reuters.