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Cameron quer ajudar Hollande a combater o EI e disponibiliza base aérea britânica no Chipre
Depois da reunião entre Hollande e Cameron, o primeiro-ministro britânico reiterou a intenção de apoiar a França no combate ao autoproclamado Estado Islâmico e disponibilizou à força aérea gaulesa a base aérea britânica no Chipre.
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No final do encontro que decorreu esta segunda-feira, 23 de Novembro, em Paris, entre o presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron assegurou que o Reino Unido tudo fará para apoiar a França no combate aos jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico (EI).
"O Reino Unido fará tudo aquilo que estiver ao seu alcance para apoiar a nossa amiga e aliada França a derrotar este culto do mal", afirmou Cameron que já na semana anterior havia mostrado disponibilidade para apoiar os esforços militares gauleses, assim o Parlamento britânico o autorize.
Como tal, na conferência de imprensa conjunta dada esta manhã no Palácio do Eliseu, David Cameron confirmou o seu apoio à "guerra" declarada por Hollande ao terrorismo e anunciou que irá apresentar, ainda esta semana, no Parlamento britânico, uma estratégia para enfrentar o EI.
"Temos de fazer mais para derrotar o EI no seu centro nevrálgico na Síria e no Iraque. No final da semana virei apresentar no Parlamento uma estratégia abrangente de ataque ao EI. Apoio firmemente a acção adoptada pelo presidente Hollande para enfrentar o EU na Síria e é minha firme convicção de que a Grã-Bretanha deve fazer o mesmo", disse Cameron salvaguardando, porém, que esta será "uma decisão para o Parlamento tomar".
O líder britânico quer evitar o sucedido em 2013, quando o Parlamento inviabilizou a possibilidade de as forças britânicas integrarem a intervenção aérea internacional contra as forças leais do regime sírio presidido por Bashar al-Assad.
Da reunião entre os dois líderes resultou ainda a decisão, por parte de Londres, de disponibilizar a base área britânica no Chipre que poderá ser agora utilizada pela força aérea gaulesa cuja acção naquela região tem vindo a ser reforçada. Logo no dia seguinte aos atentados terroristas de Paris, de 13 de Novembro, a França intensificou os bombardeamentos às posições e pontos estratégicos detidos pelo EI na Síria.
A meio da semana passada, também o porta-aviões Charles de Gaulle aproximou-se do mar sírio, tornando-se no primeiro meio militar deste tipo a ser mobilizado para a guerra contra aquela organização radical sunita. Algo que Hollande assegurou poder "triplicar a capacidade de acção" da coligação internacional que há mais de um ano combate o EI.
Entretanto, os ataques gauleses têm sido coordenados com os Estados Unidos e também com a Rússia. Apesar de Moscovo divergir de Paris e Washington na medida em que defende a manutenção de Assad no poder, que garante ser legítimo, a Rússia tem trocado informação, sobre os alvos do EI, com os seus parceiros.
Cameron defendeu ainda ser necessário aumentar o grau de troca de informações entre com a França e os restantes países europeus. A ineficaz partilha de "intelligence" dos serviços de informação europeus tem sido apontada como um dos factores decisivos para uma permeabilidade europeia a ataques terroristas.
O encontro entre Hollande e Cameron permitiu reforçar a ideia de que o presidente francês pretende constituir uma espécie de "grande coligação" internacional de combate ao também conhecido como Estado Islâmico no Iraque e no Levante (ISIS). Nesse sentido, ainda esta semana Hollande reunir-se-á com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Barack Obama.