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Brexit: Barnier admite acordo esta semana, mas "caminho é estreito"
Numa comunicação aos representantes dos Estados-membros em Bruxelas, Michel Barnier disse que a aproximação do governo britânico nas regras da concorrência deixam as partes mais perto de um acordo pós-Brexit, no entanto avisa que atingir tal desfecho existe um "caminho estreito".
Ultrapassadas as inúmeras datas decisivas para um acordo sobre a relação futura entre a União Europeia e o Reino Unido, a última das quais neste domingo, o chefe da missão negocial pelo lado europeu disse hoje acreditar que será possível fechar um entendimento durante esta semana, porém avisa que se chegar a esse destino é preciso trilhar um "caminho estreito".
Numa comunicação feita esta manhã aos representantes diplomáticos dos Estados-membros junto de Bruxelas, Barnier sustentou que a aproximação feita por Londres na questão da concorrência tornou mais viável um acordo quanto a uma parceira económica e política.
É que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recuou e aceita agora a necessidade de uma "cláusula evolutiva", uma espécie de mecanismo capaz de assegurar que os padrões concorrenciais (em especial nas áreas laborais e ambientais) que venham a ser adotados pela UE sejam acompanhados pelo Reino Unido, evitando-se assim situações de concorrência desleal.
Para Barnier, esta aproximação de Londres torna mais fácil a obtenção de um entendimento que continua a escapar apesar de 10 meses de negociações quer ao nível técnico, quer político.
Mas como no processo do Brexit nada ou quase nada é linear, ou sequer literal, o francês Barnier não deixou de notar perante os embaixadores europeus que na questão das pescas e do acesso comunitário às águas territoriais britânicas, outro dos grandes obstáculos a um acordo, o Reino Unido deu um passo atrás face ao andamento das conversações.
Este domingo, ambas as partes concordaram em prosseguir as negociações, considerando ter sido obtidos avanços que deveriam ser consolidados em conversações adicionais.
No entanto, desta feita não ficou estipulada nenhuma data limite, sendo certo que 31 de dezembro será o dia derradeiro para um acordo. É esse o dia em que termina o período de transição, a partir do qual as trocas comerciais entre os dois blocos passam a ser reguladas pelas regras da Organização Mundial do Comércio, com taxas aduaneiras e controles alfandegários dos dois lados do Canal da Mancha.