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BCE, Merkel e ministérios alemães espiados pela NSA

A Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana, além espiar o telefone da chanceler Angela Merkel, teve acesso a escutas telefónicas do Banco Central Europeu (BCE) e de vários ministérios alemães, revelam documentos colocados na plataforma Wikileaks.

1ª Angela Merkel
REUTERS
02 de Julho de 2015 às 12:30
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Os documentos, difundidos esta quinta-feira, 2 de Julho, pelo jornal alemão Süddeusche Zeitung, indicam que as escutas telefónicas nos ministérios da Economia, Finanças e Agricultura começaram a ser feitas nos anos 1990.

Um destes documentos refere-se à linha telefónica de Oskar Lafontaine, quando ainda era ministro das finanças, cargo que ocupou por alguns meses entre 1998 e 1999.

Actualmente, a linha telefónica referida continua a ser usada, mas pela Secretaria do Ministério das Finanças alemão.

As escutas levadas a cabo pela NSA sugerem que a Agência estava interessada principalmente na política económica e comercial alemã.

Quanto às escutas ao BCE, estas afectaram apenas uma linha telefónica da direcção do desenvolvimento económico.

O jornal Sueddeutsche Zeitung também publicou o relatório da NSA referente a uma conversa entre Angela Merkel e um assistente não identificado, a 9 de Outubro de 2011, sobre a situação na Grécia na época. Na conversa, a chanceler alemã mostrou dúvidas sobre um possível alívio da dívida.

Já o ministro do Interior, Thomas de Maizière, disse esta quinta-feira, 2 de Julho, à Primeira Televisão Alemã (ARD) que se tornou mais desconfiado desde que surgiram as primeiras revelações sobre espionagem na Alemanha.

De acordo com o ministro da Economia, Sigmar Gabriel, é necessário saber se a NSA terá também espiado empresas alemãs.

"Nos ministérios não fazemos nada pelo telefone que valha a pena espiar. Muito mais importante é a questão de saber se a NSA não terá também espiado empresas alemãs", disse Sigmar Gabriel.

O caso está a ser investigado pela comissão parlamentar, cujo presidente, Patrick Sensburg, revelou hoje à ARD que está convencido de que a espionagem durou, pelo menos, até o final de 2012.

Patrick Sensburg acrescentou que não se pode descartar a hipótese de que outros países façam operações semelhantes na Alemanha.
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