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Áustria elege presidente pró-europeu

O candidato moderado e ecologista Van der Bellen venceu as presidenciais austríacas, derrotando o candidato da extrema-direita e permitindo a Bruxelas respirar de alívio.

Reuters
04 de Dezembro de 2016 às 20:53
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O independente moderado Alexander Van der Bellen vai mesmo ser o próximo presidente da Áustria. Este economista de 72 anos de idade venceu a repetição da segunda volta das presidenciais austríacas, realizada este domingo, alcançando 51,7% dos votos dos eleitores residentes na Áustria face aos 48,3% obtidos pelo seu rival, Norbert Hofer. Os resultados finais só serão conhecidos já esta segunda-feira depois de contabilizados os mais de 500 mil votos por correspondência. 


Com este resultado respirou-se de alívio em Viena e também em Bruxelas. É que este político pró-europeu derrotou o candidato eurocéptico apoiado pelo Partido da Liberdade, Norbert Hofer, evitando assim a primeira eleição, em toda a Europa do pós-Segunda Guerra, de um presidente oriundo de um partido da extrema-direita.

Pouco depois de Hofer ter reconhecido a derrota, Van der Bellen fez questão de lembrar o que esteve em jogo sublinhando que o eleitorado austríaco apoiou a sua mensagem de "liberdade, igualdade e solidariedade".  "Desde o início lutei e pugnei por uma Áustria pró-europeia. Considero que seria um enorme erro promover o afastamento face à União Europeia (UE)", declarou Van der Bellen no discurso de vitória citado pelo The Guardian.

A declaração do agora presidente eleito austríaco surge na sequência de uma campanha em que a Europa esteve no centro da agenda. O candidato Norbert Hofer fez uma campanha muito centrada na necessidade de controlar as vagas de imigração para o país – em causa estava também a crise dos refugiados, até porque a Áustria é um dos países da chamada rota dos Balcãs que os requerentes de asilo prosseguem no encalço da Europa Central e do Norte – tendo chegado a falar na possibilidade de também no país ser realizado um referendo sobre a permanência na UE. O Brexit e a eleição de Donald Trump (candidato crítico da imigração) foram o pano de fundo destas eleições.

Também por isso e por se ter mantido fiel às suas prerrogativas europeístas, Van der Bellen fez questão de frisar que a sua vitória é também uma "mensagem para as capitais da UE de que é possível vencer eleições mantendo posições pró-europeias". Ou seja, o futuro presidente da Áustria lembrou que não é preciso resvalar para posições populistas para convencer os eleitores., salientando não se situar nos extremos mas "no meio da sociedade".

Na primeira eleição presidencial austríaca sem a participação de nenhum candidato proveniente dos dois maiores partidos do país (social-democratas e conservadores), Van der Bellen conseguiu uma outra proeza: tornou-se no segundo político ecologista a ser eleito presidente de um país-membro da União Europeia, isto depois de, em 2015, Raimonds Vejonis, militante dos Verdes, ter sido eleito presidente da Letónia.

Apesar de ter sido deputado dos Verdes austríacos durante largos anos e de ter sido apoiado por este partido nas presidenciais, Van der Bellen apresentou-se nesta corrida como independente. Em Maio deste ano Van der Bellen já havia vencido Norbert Hofer na segunda volta das presidenciais, embora com uma margem muito reduzida. Dessa feita Hofer obteve 49,65% dos votos mas acabou por contestar o resultado depois de verificadas irregularidades na contagem de alguns dos votos por correspondência.
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