Não pode ser se algum país julga que pode resolver o problema sobrecarregando a Alemanha, "deixando passar, não controlando" os migrantes, lamentou o responsável alemão, na televisão pública ARD.

"Mesmo por razões de segurança é inaceitável. Não vamos continuar a aceitar isso, por muito tempo", afirmou.

A Áustria começou, na última sexta-feira, a aplicar uma quota diária de entrada de refugiados no país, apesar das críticas da União Europeia (UE), preocupada com um progressivo encerramento de fronteiras na rota dos Balcãs, da Grécia ao norte da Europa.  

A Áustria só recebe 80 requerentes de asilo por dia, mas permite que 3.200 migrantes transitem para o destino final, que é de modo geral a Alemanha, com mais de um milhão de migrantes no ano passado.

O governo austríaco justificou estas quotas pela incapacidade da UE em conter permanentemente o fluxo de pessoas a partir da Turquia e também de chegar a acordo sobre um mecanismo permanente de repartição, proposto pela Alemanha.

"Os contingentes diários [de refugiados] são os requerentes de asilo que vão ficar na Áustria. É uma decisão austríaca. Mas dizer que 3.200 podem continuar até à Alemanha é um mau sinal", insistiu o ministro, acrescentando que é um número demasiado elevado e que é preciso discutir o assunto.

Thomas de Maizière lembrou que, na quinta-feira próxima, há um Conselho de Ministros do Interior (Administração Interna) da União Europeia, altura para falar do assunto "de forma clara".