Notícia
Pandemia já destruiu 180,7 mil empregos até junho
Face a fevereiro, há menos 180,7 mil empregos em Portugal, mostram os dados do INE. A taxa de desemprego começou a responder em junho: os dados provisórios apontam para uma subida para 7%.
Em junho havia 4.657,9 mil empregos em Portugal, menos 180,7 mil do que os postos de trabalho contabilizados em fevereiro, o mês anterior à chegada da pandemia de covid-19 ao país. Os dados foram publicados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e mostram como o mercado de trabalho está em degradação acelerada, apesar de a taxa de desemprego só agora começar a subir.
A estimativa provisória do INE para junho aponta para um salto da taxa de desemprego dos anteriores 5,9% de maio, para 7%. Esta é a primeira subida mais significativa que se antecipa para este indicador, desde que a pandemia atirou Portugal para a recessão. Mas os dados do emprego mostram de forma ainda mais evidente como o mercado de trabalho já está a sofrer.
Junho, que é habitualmente um mês em que a economia portuguesa cria muitos empregos por causa das atividades de verão, tem ainda assim bem menos pessoas a trabalhar do que fevereiro, um mês de inverno. Os dados estão corrigidos de sazonalidade, pelo que as comparações entre meses diferentes são possíveis. Mas olhando para junho de 2019, a perda de postos de trabalho é igualmente significativa: foram destruídos 174,3 mil empregos.
Outra forma de avaliar o impacto é olhar para a subutilização do trabalho: um indicador que, para além dos desempregados, inclui também os inativos que estão disponíveis para trabalhar mas que não procuraram emprego (uma situação comum em tempo de pandemia), os inativos que até procuraram trabalho mas que, por qualquer motivo, não estão imediatamente disponíveis, e os trabalhadores a tempo parcial de forma involuntária. Este indicador, que o INE considera um bom ponto de referência para acompanhar a evolução do mercado de trabalho nesta conjuntura de crise sanitária, continua a subir a pique. Em junho, disparou para 820 mil pessoas, 15,4% da população ativa.
Verão com pouco impacto
Os dados do INE mostram uma diferença entre maio o junho, que poderá ser atribuída ao desconfinamento e à chegada dos meses de verão, sempre mais dinâmicos no mercado de trabalho português. Ainda assim, as alterações são ligeiras.
Os dados definitivos de maio mostram uma situação ainda mais negra do que a esperada para junho. Por exemplo, a população ativa caiu para o valor mais baixo desde 1998, situando-se abaixo da barreira dos cinco milhões de pessoas, com apenas 4.944,9 mil pessoas a querer participar no mercado de trabalho (estando empregadas, ou à procura de emprego). Neste mês, a taxa de subutilização do trabalho foi de 14,6% e face a fevereiro tinham sido destruídos 183,3 mil empregos. Já a taxa de desemprego ainda não tinha reagido, tendo mesmo descido para 5,9%, o que se pode explicar pela subida acentuada dos inativos.
Já os dados provisórios para junho antecipam uma pequena criação de emprego face a maio, na ordem das 2.600 pessoas (uma subida ligeira, de 0,1%). Também a população ativa voltou a superar os cinco milhões de pessoas, com 5.008,8 mil a querer participar no mercado de trabalho.
Aliás, esta é a razão que explica a subida mais acentuada da taxa de desemprego: muitas pessoas passaram de inativas a ativas. Por exemplo, houve 35,1 mil pessoas que eram consideradas inativas em maio, apesar de estarem disponíveis para trabalhar. Mas em junho foram classificadas como ativas porque passaram a fazer diligências para encontrar emprego. Como a maioria não encontrou, a taxa de desemprego apurada de acordo com os critérios da Organização Internacional do Trabalho subiu.
(Notícia atualizada às 11:40)
Nota: Notícia corrigida no número de postos de trabalho destruídos. Por lapso, tinha sido indicada uma destruição de 155 mil postos de trabalho, quando entre fevereiro e junho deste ano a estimativa aponta para uma redução de 180,7 mil empregos.
A estimativa provisória do INE para junho aponta para um salto da taxa de desemprego dos anteriores 5,9% de maio, para 7%. Esta é a primeira subida mais significativa que se antecipa para este indicador, desde que a pandemia atirou Portugal para a recessão. Mas os dados do emprego mostram de forma ainda mais evidente como o mercado de trabalho já está a sofrer.
Outra forma de avaliar o impacto é olhar para a subutilização do trabalho: um indicador que, para além dos desempregados, inclui também os inativos que estão disponíveis para trabalhar mas que não procuraram emprego (uma situação comum em tempo de pandemia), os inativos que até procuraram trabalho mas que, por qualquer motivo, não estão imediatamente disponíveis, e os trabalhadores a tempo parcial de forma involuntária. Este indicador, que o INE considera um bom ponto de referência para acompanhar a evolução do mercado de trabalho nesta conjuntura de crise sanitária, continua a subir a pique. Em junho, disparou para 820 mil pessoas, 15,4% da população ativa.
Verão com pouco impacto
Os dados do INE mostram uma diferença entre maio o junho, que poderá ser atribuída ao desconfinamento e à chegada dos meses de verão, sempre mais dinâmicos no mercado de trabalho português. Ainda assim, as alterações são ligeiras.
Os dados definitivos de maio mostram uma situação ainda mais negra do que a esperada para junho. Por exemplo, a população ativa caiu para o valor mais baixo desde 1998, situando-se abaixo da barreira dos cinco milhões de pessoas, com apenas 4.944,9 mil pessoas a querer participar no mercado de trabalho (estando empregadas, ou à procura de emprego). Neste mês, a taxa de subutilização do trabalho foi de 14,6% e face a fevereiro tinham sido destruídos 183,3 mil empregos. Já a taxa de desemprego ainda não tinha reagido, tendo mesmo descido para 5,9%, o que se pode explicar pela subida acentuada dos inativos.
Já os dados provisórios para junho antecipam uma pequena criação de emprego face a maio, na ordem das 2.600 pessoas (uma subida ligeira, de 0,1%). Também a população ativa voltou a superar os cinco milhões de pessoas, com 5.008,8 mil a querer participar no mercado de trabalho.
Aliás, esta é a razão que explica a subida mais acentuada da taxa de desemprego: muitas pessoas passaram de inativas a ativas. Por exemplo, houve 35,1 mil pessoas que eram consideradas inativas em maio, apesar de estarem disponíveis para trabalhar. Mas em junho foram classificadas como ativas porque passaram a fazer diligências para encontrar emprego. Como a maioria não encontrou, a taxa de desemprego apurada de acordo com os critérios da Organização Internacional do Trabalho subiu.
(Notícia atualizada às 11:40)
Nota: Notícia corrigida no número de postos de trabalho destruídos. Por lapso, tinha sido indicada uma destruição de 155 mil postos de trabalho, quando entre fevereiro e junho deste ano a estimativa aponta para uma redução de 180,7 mil empregos.