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Metade das pessoas com salários abaixo de 1.050 euros brutos

Novos dados publicados pelo INE mostram “elevada concentração de trabalhadores em rendimentos baixos.” Em 2021, último ano para o qual há dados disponíveis, metade das pessoas recebia abaixo ou até 1.050 euros brutos por mês.

O estudo da Mercer envolveu 527 empresas que operam em Portugal com 160.076 trabalhadores.
Getty Images
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Metade dos trabalhadores recebia abaixo ou até 1.050 euros brutos por mês em 2021. A conclusão retira-se dos novos dados que o Instituto Nacional de Estatística (INE) começou a publicar esta quarta-feira, a partir da informação relativa a quatro milhões de trabalhadores enviada à Autoridade Tributária (AT).

A nova análise de dados que vai além da média, ilustrando a distribuição de salários em geral mostra uma "elevada concentração de trabalhadores em rendimentos baixos".

É também possível analisar as diferenças salariais por idade, sexo, setor ou qualificações.

O retrato dos anos de 2019, 2020 e 2021 mostra que em 2019, "a remuneração que agregava a maior proporção de trabalhadores (a moda; 7,1% dos trabalhadores) era o dos 750 euros a menos de 800 euros".


Em 2021, "o intervalo com a maior proporção de trabalhadores (7,6%) compreendia remunerações entre 850 euros e 900 euros".


Como referido no início, os dados mostram que a mediana – ou seja, o ponto que divide os trabalhadores pela metade (50% recebem acima e 50% recebe abaixo) estava em 2021, último ano para qual há dados disponíveis, nos 1.050 euros.A mediana só ultrapassou os mil euros em 2020 (era de 972 euros em 2019).

O facto de a mediana ser inferior à média – de 1.445 euros em 2021 – mostra a "concentração de trabalhadores em rendimentos baixos".

Na análise geral do gráfico sobre a remuneração bruta mensal média por trabalhador nota-se "uma persistência na concentração em torno de remunerações muito baixas e uma pequena deslocação da mancha de valores para a direita, o que é consistente com o aumento médio das remunerações de 7,3% entre 2019 e 2021", conclui o INE.

No caso das mulheres, a mediana ainda nem chegou aos mil euros: metade das mulheres empregadas recebia em 2021 987 euros ou menos; no caso dos homens este valor era de 1.168 euros no mesmo ano, ou seja, mais 18%.

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