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INE admite deixar de publicar dados provisórios do desemprego

Saber mais cedo o que se passa? Ou ter maior rigor na informação? Este é o dilema com que se confronta o INE. Depois de uma revisão significativa da sua projecção de Maio, o instituto admite deixar de publicar dados provisórios do desemprego.

Bruno Simão/Negócios
07 de Agosto de 2015 às 19:03
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A história já é conhecida. O Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou a taxa de desemprego de Maio, colocando-a nos 13,2%. Quando teve acesso aos dados definitivos corrigiu-a em baixa para 12,4%. Uma revisão de 0,8 pontos, a maior desde que o INE começou a publicar dados mensais. Agora, o instituto admite deixar de publicar números provisórios.

 

Num briefing organizado na sua sede, a presidente do INE, Alda Carvalho, e a responsável pelas estatísticas do mercado de trabalho, Sónia Torres, procuraram esclarecer algumas dúvidas. A primeira delas foi: onde erraram? "Não foi um erro", respondeu Sónia Torres. "Os métodos não estão em causa, o que poderá estar em causa é a avaliação da maturidade desta sociedade para ter este tipo de informação provisória."

"Não houve uma falha", acrescentou Alda Carvalho. "O erro de ontem é o mesmo de há cinco anos, resulta da aplicação da metodologia", lembrou, notando que "as revisões são o preço a pagar pela brevidade". A presidente do INE reconheceu que ficou surpreendida com a revisão de 0,8 pontos, mas que isso já aconteceu no passado com os dados do Eurostat "sem que ninguém se tenha ressentido disso". Quando este tipo de resultado aparece o INE consulta as suas bases de dados e as suas metodologias de projecção. O que resultou dessa avaliação? "A revisão não justificou que fizéssemos alguma alteração."

 

No entanto, a polémica em torno dos números parece estar a levar o INE a reconsiderar a publicação destes dados provisórios, tentando "antecipar as estimativas definitivas" em alguns dias. 

 

Quanto à polémica em torno dos números fomentada por responsáveis políticos, a presidente do INE preferiu não fazer comentários directos, dizendo apenas na sua declaração inicial que "os trabalhadores do INE, independentemente de níveis habilitacionais e hierárquicos e de convicções pessoais, orgulham-se da especificidade e importância da missão do INE por cuja execução são responsáveis e assumindo-a com elevado sentido de responsabilidade, competência, profissionalismo e brio". 

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