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Ainda falta recuperar um terço do emprego perdido desde a crise

O emprego continua a recuperar em Portugal, mas ainda está longe do nível observado antes da crise financeira global de 2008. A taxa de desemprego continua a cair.

Bloomberg
30 de Setembro de 2017 às 11:00
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Janeiro de 2013. Foi este o mês em que o mercado de trabalho português bateu no fundo, com o número mais baixo de pessoas empregadas desde que o INE começou a compilar dados. Foi o culminar de uma quebra de quase cinco anos, onde se perderam mais de 700 mil postos de trabalho.

 

Desde essa altura, o emprego entrou numa trajectória de recuperação, que permitiu aumentar em mais de 460 mil o número de portugueses empregados. Ou seja, cerca de dois terços da queda até 2013 foi anulada. No entanto, falta ainda um terço: Portugal está ainda 250 mil postos de trabalho abaixo do nível de emprego pré-crise financeira.

 

Os dados do emprego (não ajustados de sazonalidade) publicados sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que 4.723 mil portugueses tinham trabalho em Agosto. Trata-se de uma quebra de 19 mil face ao mês anterior (a estimativa é provisória, note-se), mas um aumento de 125 mil em comparação com o mesmo mês do ano passado.

 

"Ainda em Agosto de 2017, e em relação ao mês anterior, a população empregada diminuiu para todos os grupos em análise: adultos (0,1%; 3,4 mil); mulheres (0,1%; 3,2 mil); homens (0,1%; 1,9 mil); jovens (0,6%; 1,7 mil)", pode ler-se no destaque do INE.

 

Recorde-se que nos dez anos entre 1998 e 2008 havia, em média, 4.900 mil portugueses empregados. O que significa que há ainda um longo caminho a percorrer para voltar a esse nível médio.

 

O Executivo português vê a recente evolução com optimismo, prevendo que ela continue no médio prazo. "A expectativa do Governo é de que possamos continuar com uma trajectória de recuperação do mercado de emprego", sublinhou o secretário de Estado do Emprego, num comunicado enviado às redacções. "Do ponto de vista do comportamento de longo prazo do mercado de trabalho, temos confiança de que com as condições de políticas públicas que estão a ser criadas, com as mudanças feitas na políticas activas de emprego, hoje muito mais direccionadas para o emprego permanente e com os progresso que têm existido na negociação colectiva, esta trajectória de recuperação do mercado de trabalho sustentada possa prosseguir e é para isso que trabalharemos". 

Desemprego em mínimos de 2008

Os números do INE mostraram ainda que a taxa de desemprego continua a seguir uma tendência de queda. O Instituto reviu em baixa a taxa de desemprego de Julho em 0,2 pontos percentuais, o que a coloca agora nos 8,9%. Já a estimativa provisória para o desemprego de Agosto foi fixada no mesmo valor. Em ambos os casos tratam-se de mínimos desde Novembro de 2008. 

Refira-se que, neste caso, os valores são ajustados à sazonalidade. Isto é, excluem, por exemplo, o impacto positivo dos chamados "empregos de Verão". Os dados não ajustados mostram a taxa de desemprego de Julho ainda mais baixa, nos 8,5%, mas uma estimativa de agravamento em Agosto para os 8,8%.

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