Notícia
Ana Mendes Godinho: “Salário mínimo é mesmo o mínimo, não é o que deve ser pago às pessoas”
Apesar da subida da inflação, a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, não se compromete para já com uma revisão das metas do acordo de rendimentos ou com um aumento intercalar do salário mínimo que, segundo defende, “não é o que deve ser pago às pessoas”.
Apesar da revisão em alta da inflação e do aumento da contestação, a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, não se compromete com uma revisão das metas do acordo de rendimentos nem com um aumento intercalar do salário mínimo.
Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, a ministra que decide o valor reconhece no entanto que este é baixo, ao acrescentar que o salário mínimo, que está nos 760 euros brutos por mês, "é mesmo o mínimo e não é o que deve ser pago às pessoas".
Em janeiro, o salário mínimo subiu 7,8% em termos nominais, para 760 euros por mês, o que apenas cobre a inflação registada no ano passado (7,8%), estagnando em termos reais. Sabe-se contudo que a inflação sentida por quem menos ganha é mais alta do que a média. Na Alemanha, por exemplo, o aumento foi de 22%.
Desde 2015, responde a ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, "a inflação acumulada é de 13% e o salário mínimo aumentou 50%".
"O que o acordo nos traz a todos é previsibilidade"
No documento assinado com as confederações patronais e a UGT na véspera da apresentação do Orçamento do Estado, em outubro, o referencial para os aumentos salariais este ano é de 5,1% (abaixo da inflação de 5,8% ou 6,6% agora estimada pelas principais instituições, contra os 4% previstos pelo Governo).
O que está previsto para o salário mínimo é que volte a subir apenas em 2024, dos atuais 760 euros para 810 euros, de forma a chegar aos 900 euros em 2026.
"Aquilo que eu acho que o acordo de rendimentos nos garante a todos é previsibilidade", disse a ministra.
O acordo de médio prazo (a quatro anos) é monitorizado mensalmente e está previsto um "balanço" para uma revisão uma vez por ano.
"Estamos em janeiro e com este compromisso de acompanhamento permanente", acrescentou Ana Mendes Godinho. "Assim o faremos".
O documento é para o setor privado, mas algumas das metas serviram de referencial para os aumentos na Função Pública, onde o valor mais baixo pago a cerca de 123 mil pessoas descolou do mínimo, mas por muito pouco: cerca de um euro e meio. A base remuneratória da administração pública é de 761,58 euros.