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38% dos jovens desempregados estão dispostos a emigrar para encontrar trabalho

A maioria dos portugueses entre os 15 e os 34 anos que estão desempregados assumem que estariam dispostos a mudar de casa para conseguir ter emprego. 38% assume mesmo que estaria disposto a mudar de país.

Bruno Simão/Negócios
16 de Dezembro de 2016 às 13:41
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Os números publicados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que os jovens portugueses enfrentam ainda dificuldades no mercado de trabalho, o que os leva a considerar a emigração. Isso é especialmente verdade entre os mais qualificados.

 

No segundo trimestre de 2016 havia 2.284 mil pessoas entre os 15 e os 34 anos a residir em Portugal. Desses, mais de metade (51,8%) estão empregados, enquanto 38% são inactivos (são estudantes ou desencorajados, por exemplo). Esta divisão aponta ainda para que um em cada dez jovens esteja desempregado, o que significa que a faixa etária entre os 15 e os 34 anos tem uma taxa de desemprego de 16% (calculada face à população activa).

Os técnicos do INE notam que este desemprego de 16% vai diminuindo com a idade. Ou seja, "é mais elevada no subgrupo dos 15 aos 24 anos (26,9%), diminuindo para 12,3% no subgrupo dos 25 aos 34 anos". "A menor taxa de emprego, aliada à elevada taxa de desemprego que se observa principalmente nos jovens dos 15 e aos 24 anos, sugere uma dificuldade acrescida no acesso ao mercado de trabalho num grupo etário em que a maioria (73,4%) ainda se encontra a estudar ou em formação."

Olhar para a relação destas faixas etárias com o mercado de trabalho é relevante porque são o grupo que "constitui, ou constituirá brevemente, a força de trabalho, num mercado de crescente exigência de competências", como sublinham a publicação do INE.

Perante as dificuldades que ainda existem a encontrar trabalho, cerca de 42% assume que estaria disposto a mudar de casa para arranjar um emprego. Mas esta percentagem abrange todos os jovens. Se olharmos apenas para os desempregados, existe maior disponibilidade para mudar. Quase dois terços dos desempregados entre os 15 e os 34 anos mudariam de casa se dependesse disso encontrar emprego. 27% só aceitaria mudar-se para outra residência dentro de Portugal, mas 38% admitiria emigrar.

 

Os mais qualificados são aqueles que mais facilmente sairiam de casa e do país. "Considerando o nível de escolaridade, aqueles com ensino superior foram os que revelaram maior disponibilidade para mudar de residência (71,7%), sendo que quase metade (42,6%) disse estar disposto a fazê-lo para qualquer país", refere o INE. Ainda assim, importa referir que, até agora, apenas um em cada dez jovens foi obrigado a mudar de casa devido a um novo trabalho.

 

Mesmo os que estão empregados, muitos têm de lidar com vínculos precários. Dos 1.092 mil trabalhadores por conta de outrem entre os 15 e os 34 anos, há cerca de 450 mil (41%) que têm contrato a prazo ou outro tipo de contrato que não envolva estar no quadro da empresa.

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