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Perspectivas de recrutamento em Portugal estão num nível elevado

As perspectivas de recrutamento em Portugal estão num nível elevado, o que constitui um "claro reflexo" do dinamismo do mercado de trabalho, segundo um estudo da consultora em recrutamento especializado Hays hoje divulgado.

Kiyoshi Ota/Bloomberg
29 de Janeiro de 2018 às 08:30
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A Hays diz mesmo que 2018 é "o verdadeiro ano da retoma do emprego em Portugal".

De acordo com os resultados do Guia do Mercado Laboral 2018, as perspectivas de recrutamento para 2018 atingem os 81%, constituindo o valor mais alto alguma vez verificado nos inquéritos realizados pela consultora.

Esta percentagem, que constitui um claro reflexo do dinamismo do mercado de trabalho actual, torna-se, no entanto, "algo preocupante quando comparada com a de profissionais que demonstram interesse em mudar de emprego, que desceu este ano para o valor mais baixo de sempre (70%)".

Assim, "as perspectivas de recrutamento e o interesse numa mudança de emprego parecem estar a seguir rumos opostos, acentuando a clivagem entre procura e oferta de competências".

No entanto, de acordo com o relatório, estas tendências variam "consideravelmente consoante a região do país e o tipo de empresa".

Nas grandes empresas nacionais, por exemplo, as intenções de recrutamento para 2018 estão bastante acima da média (86%), ultrapassando até as das empresas multinacionais (81%).

A nível regional, encontram-se também algumas diferenças relevantes.

A percentagem de empresas na região Norte que têm interesse em recrutar é a mais elevada o país, ascendendo a 88%.

Já as regiões Centro e Sul partilham a mesma previsão de recrutamento (78%), mas têm evoluído de forma distinta, uma vez que enquanto no Centro esta percentagem caiu quatro pontos percentuais face ao ano passado, no Sul disparou 10 pontos percentuais.

Quando questionados relativamente ao volume de contratações previsto para 2018, cerca de um terço dos empregadores afirmou que pretende recrutar um número superior a 10 novos colaboradores e 13% admitiu mesmo contratar mais de 30 pessoas.

"A esmagadora maioria dos recrutamentos surgirá como consequência directa do crescimento das empresas em território nacional ou no estrangeiro", sinaliza.

A Hays refere, a propósito, que os últimos anos foram pautados pela fuga de talento para o estrangeiro, mas diz que essa tendência está a alterar-se.

"O mercado nacional apresenta cada vez maior abertura para a integração de profissionais qualificados, pelo que a intenção de emigrar desceu drasticamente em 2017 para 37%", refere, apontando que esta mudança representou uma queda de 32 pontos percentuais face a 2016, num "claro sinal de abrandamento da fuga de talento".

Em termos salariais, o estudo sinaliza que Portugal deverá continuar a revelar-se um país bastante atractivo para a fixação de estruturas multinacionais, que procurarão certamente construir as suas estruturas com os melhores profissionais qualificados do mercado.

Também entre as empresas que já se encontram em território nacional e que têm conseguido crescimento orgânico ou inorgânico haverá interesse em contratar profissionais qualificados de contabilidade de finanças, para apoiar planos estratégicos e garantir o rigor e optimização do negócio.

"São esperados ligeiros aumentos nos pacotes salariais globais, que serão mais evidentes em posições menos comuns ou mais difíceis de atrair. Muitos profissionais qualificados estão conscientes do seu valor no mercado, pelo que valorizam cada vez mais uma oferta salarial atractiva, bem como uma melhoria significativa de benefícios não financeiros como o seguro de saúde, seguro de vida e viatura para utilização própria", lê-se no estudo.

De acordo com a ficha técnica, o Guia do Mercado Laboral da Hays analisa motivações e preferências de profissionais e empresas, com base nas respostas de 3.884 profissionais qualificados e 713 empregadores aos inquéritos anónimos efectuados.

A consultora faz ainda uma análise das dinâmicas de recrutamento em áreas e sectores de mercado específicos, acompanhada de tabelas salariais com valores mínimos, médios e máximos habitualmente praticados para funções qualificadas nas regiões de Lisboa e Porto.

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