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Passos acusa Governo de "falsificar" a concertação social

O ex-primeiro-ministro acusa o Governo de estar a simular a concertação social ao decidir um aumento do salário mínimo sem ouvir a concertação social. "Não deixa de ser paradoxal" para um Governo que "sempre andou com os sindicatos na boca," notou.

4º Passos Coelho, 1022 notícias - Passou de chefe do Governo a líder da oposição, mas continuou no centro da actualidade. Em quarto lugar, Passos Coelho é o primeiro com mais de mil notícias no Negócios este ano.
23 de Novembro de 2016 às 16:37
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O líder do maior partido da oposição acusa o Governo de "falsificação" da concertação social ao ter decidido aumentar o salário mínimo à revelia dos parceiros sociais.

"Quando diz que vai à concertação social mas já decidiu [aumentar o salário mínimo] significa falsificação da concertação social, que não vai haver concertação social nenhuma. Estamos a simular a concertação social. Num Governo que sempre andou com os sindicatos na boca e com a concertação social na boca não deixa de ser paradoxal," afirmou esta quarta-feira Pedro Passos Coelho.


Em declarações transmitidas pela SIC Notícias, o antigo primeiro-ministro recordou que, no passado, quando negociou um aumento do salário mínimo, o fez através de um acordo, "não foi uma simulação de acordo."


O presidente do PSD falava aos jornalistas no âmbito da visita ao "Portugal Exportador", na FIL, em Lisboa, depois de esta manhã o ministro do Emprego, Vieira da Silva, ter reiterado que o Governo vai cumprir o que prometeu – aumentar o salário para 557 euros em 2017 - e que a última palavra cabe ao Governo, apesar de assumir que seria positivo obter um acordo na concertação social.


"A fixação compete ao Governo ouvidos os parceiros sociais. Agora, se me perguntar se será mais vantajoso para o país que exista esse tipo de acordo? Eu acho que sim." Mas "nem sempre é possível que os acordos existam", acrescentou o ministro.


Passos defendeu que, tendo de ser as empresas e os seus activos a suportar a subida da remuneração mínima, "dificilmente a economia pode sustentar aumentos de salários na casa dos 10 a 15%," como diz estar a ser proposto.


E criticou o "foguetório que para aí vai" nos números divulgados pelo Governo, argumentando que o país está a crescer menos e a criar menos emprego "que no ano passado quando eu era primeiro-ministro" e que as "exportações não tiveram significado tão importante como em anos anteriores."

"Só nós aqui é que achamos que há milagres"

Pedro Passos Coelho defendeu ainda que Portugal "poderia estar a crescer mais, a criar mais emprego, a atrair mais capital para investimento, a tirar maior partido da conjuntura externa", dando para tal os exemplos de Espanha, que disse estar a crescer a um ritmo que é quase o triplo da economia portuguesa, e da Irlanda, que à semelhança de Portugal também esteve sob programa de assistência económica e financeira da troika.

Nesses países, disse, "não há reversões, as medidas estruturais não estão a ser revistas, os acordos com sindicatos para os salários da administração pública estão a ser cumpridos no longo prazo. Só nós aqui é que achamos que há milagres, que se pode reverter o que é estrutural," afirmou.

"O Governo é estável, mas não devemos confundir estabilidade com confiança" sem a qual o país não cresce, notou ainda.

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