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Governo conta dar apoio a empresas que pagam o salário mínimo "nas próximas semanas"

Em causa está o diploma aprovado na semana passada, que prevê um apoio de 84,5 euros por trabalhador para as empresas que suportaram o aumento total, de 30 euros, em 2021. Para as empresas que já pagavam acima dos 635 euros em 2019 e que passaram para os 665 euros o apoio também é fixo, de 42,3 euros.

Lusa
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O Governo conta pagar o apoio que aprovou para as empresas que pagam o salário mínimo nacional "nas próximas semanas" e sinalizou que o Governo não pretende voltar a fazer o mesmo no próximo ano.

Questionado pelos jornalistas, o ministro da Economia, Siza Vieira, que tinha chegado a admitir o pagamento em março, evitou comprometer-se com uma data, mas explicou que se aguarda que o diploma aprovado na semana passada seja publicado em Diário da República e que garantiu que as condições para o pagamento estão preparadas.

"As condições estão reunidas e espero que brevemente isso possa suceder", disse Siza Vieira após o briefing do Conselho de Ministros.

Em causa está um apoio que pretende compensar o aumento de encargos com a taxa social única (TSU) e que será de 84,5 euros por cada trabalhador que tenha passado de um vencimento equivalente ao salário mínimo de dezembro de 2020 (635 euros) para um vencimento equivalente ao salário mínimo de 2021 (665 euros).

Para estas empresas, o aumento implica um encargo acrescido em termos de TSU de 7,125 euros por trabalhador e por mês ou 99,75 euros por ano, pelo que apoio não cobre toda esta parte do encargo (cerca de 85%, como reconhece o Governo).

No caso das empresas que pagavam acima do salário mínimo em 2020 (mais do que 635 euros), mas que passaram a pagar o valor do salário mínimo este ano (665 euros), o apoio terá um valor fixo de 42,3 euros por trabalhador abrangido, independentemente do valor do efetivo aumento salarial.

Neste segundo caso, o apoio não varia segundo o aumento de encargos. Questionado sobre porque é que o valor é mais baixo para quem pagava acima do mínimo, o ministro da Economia respondeu que a solução encontrada foi a que se julgou ser mais pragmática. Seria "ingerível" estar a avaliar caso a caso, justificou.

O ministro justificou o apoio que será dado às empresas que pagam o mínimo possível com a situação de crise pandémica, já que em causa está um aumento de custos que decorre de uma decisão do Governo.

Não é a primeira vez que o Governo tentar compensar parcialmente as empresas pelo aumento de encargos com o salário mínimo nacional, mas da última vez que isso aconteceu, em 2017, a medida foi travada pelo Parlamento numa coligação negativa que teve o apoio do PSD e que deitou por terra um acordo que de concertação social. A diferença é que em vez de um desconto o Governo dá agora um apoio.

Siza Vieira deu a entender que o apoio não voltará a ser pago no próximo ano. "Não cria precedente", disse o ministro de Estado e da Economia.

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