Notícia
Disparidade salarial em Portugal quase duplicou na última década
Em 2014, os homens ganhavam cerca de 15% mais do que as mulheres. Em 2006, a diferença era de 8,4%. As disparidades salariais agravaram-se em Portugal, mas ainda são menores do que na média europeia
As disparidades salariais entre homens e mulheres voltaram a agravar-se em Portugal em 2014, último ano para o qual há dados comparáveis ao nível da União Europeia (UE), passando, no espaço de um ano, de 13,3% para 14,9%. Em 2006, data mais recuada na série estatística europeia, essa diferença era de apenas 8,4%. Ao longo da última década, o fosso mais profundo foi observado em 2012, ano em que os homens ganharam mais 15% do que as mulheres.
Não obstante este agravamento, a diferença salarial em função do género continua a ser menor em Portugal do que na média da União Europeia.
De acordo com números divulgados pela Comissão Europeia, em antecipação do Dia Europeu da Igualdade Salarial, que se assinala nesta quinta-feira, 3 de Novembro, os homens ganharam em 2014, em média na UE, mais 16,7% do que as mulheres. A Estónia sobressai como o país, entre os 28 Estados-membros, onde os salários são mais desiguais (os homens auferiram salários 28,1% acima do das mulheres) e a Roménia como o mais igualitário (diferença de apenas 4,4%, mas de novo favorável ao sexo masculino).
O facto de cargos de gestão e de supervisão, normalmente os mais bem pagos, serem maioritariamente ocupados por homens explica boa parte deste fosso. "Em cada um dos sectores da economia, os homens são promovidos mais frequentemente do que as mulheres e, por conseguinte, mais bem remunerados. Esta tendência culmina nos postos mais cimeiros, em que a proporção de directoras executivas é inferior a 4 %", constata a Comissão Europeia.
"Já as profissões predominantemente exercidas por mulheres, como o ensino ou as vendas, proporcionam salários inferiores aos conferidos por profissões predominantemente exercidas por homens, ainda que requeiram o mesmo nível de experiência e de formação", acrescenta o Executivo comunitário.
O fosso salarial entre géneros agrava-se ainda mais quando, além do salário, se tem, por exemplo, em conta o tempo dedicado ao longo da vida activa ao trabalho remunerado. No caso de Portugal, essa medida, designada de "disparidade salarial global" passa para 26,5 % em Portugal, valor que fica de novo aquém da média europeia, de 39,8 %.
Escreve a Comissão Europeia que a grande disparidade salarial global reflecte três tipos de desvantagens com que as mulheres são confrontadas: remuneração inferior à hora; menos horas de trabalho em actividades remuneradas; e taxas de emprego inferiores (por exemplo, quando interrompem a carreira para se dedicarem aos filhos ou a familiares).
"As mulheres tomam a seu cargo importantes tarefas não remuneradas, como o trabalho doméstico e o cuidado de crianças ou de familiares, em muito maior medida do que os homens. Os homens que trabalham despendem em média nove horas por semana na prestação de cuidados não remunerados e na realização de tarefas domésticas, enquanto as mulheres que trabalham dedicam 26 horas ao mesmo, ou seja, praticamente quatro horas diárias", exemplifica Bruxelas.
No mercado de trabalho, esta circunstância vê-se reflectida no facto de mais de uma em três mulheres reduzirem o seu número de horas pagas a um regime de tempo parcial, embora apenas um em dez homens faça o mesmo.
As interrupções de carreira afectam, por seu turno, também os futuros rendimentos e reformas. "O facto de as mulheres trabalharem menos horas ao longo da sua vida activa e ganharem menos à hora resulta em reformas inferiores às dos homens e, por conseguinte, num maior número de mulheres em situação de pobreza durante a velhice", salienta a Comissão.
Não obstante este agravamento, a diferença salarial em função do género continua a ser menor em Portugal do que na média da União Europeia.
De acordo com números divulgados pela Comissão Europeia, em antecipação do Dia Europeu da Igualdade Salarial, que se assinala nesta quinta-feira, 3 de Novembro, os homens ganharam em 2014, em média na UE, mais 16,7% do que as mulheres. A Estónia sobressai como o país, entre os 28 Estados-membros, onde os salários são mais desiguais (os homens auferiram salários 28,1% acima do das mulheres) e a Roménia como o mais igualitário (diferença de apenas 4,4%, mas de novo favorável ao sexo masculino).
O facto de cargos de gestão e de supervisão, normalmente os mais bem pagos, serem maioritariamente ocupados por homens explica boa parte deste fosso. "Em cada um dos sectores da economia, os homens são promovidos mais frequentemente do que as mulheres e, por conseguinte, mais bem remunerados. Esta tendência culmina nos postos mais cimeiros, em que a proporção de directoras executivas é inferior a 4 %", constata a Comissão Europeia.
"Já as profissões predominantemente exercidas por mulheres, como o ensino ou as vendas, proporcionam salários inferiores aos conferidos por profissões predominantemente exercidas por homens, ainda que requeiram o mesmo nível de experiência e de formação", acrescenta o Executivo comunitário.
O fosso salarial entre géneros agrava-se ainda mais quando, além do salário, se tem, por exemplo, em conta o tempo dedicado ao longo da vida activa ao trabalho remunerado. No caso de Portugal, essa medida, designada de "disparidade salarial global" passa para 26,5 % em Portugal, valor que fica de novo aquém da média europeia, de 39,8 %.
Escreve a Comissão Europeia que a grande disparidade salarial global reflecte três tipos de desvantagens com que as mulheres são confrontadas: remuneração inferior à hora; menos horas de trabalho em actividades remuneradas; e taxas de emprego inferiores (por exemplo, quando interrompem a carreira para se dedicarem aos filhos ou a familiares).
"As mulheres tomam a seu cargo importantes tarefas não remuneradas, como o trabalho doméstico e o cuidado de crianças ou de familiares, em muito maior medida do que os homens. Os homens que trabalham despendem em média nove horas por semana na prestação de cuidados não remunerados e na realização de tarefas domésticas, enquanto as mulheres que trabalham dedicam 26 horas ao mesmo, ou seja, praticamente quatro horas diárias", exemplifica Bruxelas.
No mercado de trabalho, esta circunstância vê-se reflectida no facto de mais de uma em três mulheres reduzirem o seu número de horas pagas a um regime de tempo parcial, embora apenas um em dez homens faça o mesmo.
As interrupções de carreira afectam, por seu turno, também os futuros rendimentos e reformas. "O facto de as mulheres trabalharem menos horas ao longo da sua vida activa e ganharem menos à hora resulta em reformas inferiores às dos homens e, por conseguinte, num maior número de mulheres em situação de pobreza durante a velhice", salienta a Comissão.