Notícia
Desemprego registado no IEFP terminou 2024 a acelerar
Face a um ano antes, centros de emprego chegaram a dezembro com mais 5,7% de registos de desemprego. Lisboa e Vale do Tejo explica mais de metade da subida.
Após três meses consecutivos de aumentos mensais no desemprego registado, os centros do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) fecharam o ano passado com uma aceleração nos registos de desempregados.
Os dados do IEFP relativos a dezembro, publicados nesta segunda-feira, indicam que em dezembro o crescimento no número de desempregados com inscrições ativas era de 5,7% face a um ano antes, com mais 18.006 indivíduos contabilizados do que no final de 2023. No total, havia 335.665 registos de desempregados.
Em novembro, assistia-se ainda a um aumento de 3,3%, com um número significativamente inferior de registos adicionais de desemprego face ao mesmo mês do ano anterior (10.238).
O aumento homólogo de dezembro no desemprego registado é acompanhado de uma redução nas ofertas de emprego em 6,7%, igualmente face a um ano antes.
Em termos mensais, a subida de incrições totais no desemprego foi forte em dezembro, num crescimento de 4,1%, que representou mais 13.117 inscrições ativas.
Ainda assim, o movimento ao longo do mês - que dá indicação do número de novas entradas para o desemprego - mostra uma descida face ao fluxo de novos registos ocorrido em novembro, em 12,1%, para 48.273 novas inscrições. Este número, porém, fica 9,5% acima daquele que se verficou em dezembro de 2023.
Os dados do IEFP mostram que a deterioração dos dados de desemprego face ao ano anterior é, na sua maior parte, explicada pelos desenvolvimentos no mercado de trabalho em Lisboa e Vale do Tejo. Em dezembro passado, esta região contava com mais 10,3% de registos de desemprego que um ano ano antes, sendo mais 10.317 indivíduos.
Mas também a região Norte vê o desemprego registado a subir em 4,2% (mais 5.095 desempregados que um ano antes), tal como o Centro, num aumento de 4,8% (2.026), ou o Alentejo (mais 7,8%, ou 1.323 registos). Também no Algarve há uma subida, mas ligeira, em 0,7% (159). Já na Madeira e nos Açores observam-se melhorias no desemprego registado face ao ano anterior, com descidas homólogas de 10,1% e 3%, respetivamente (menos 769 e menos 145 desempregados inscritos).
Os dados detalhados disponíveis para Portugal continental, mostram que é na indústria que se verifica o maior agravamento no desemprego, com um aumento de 10,4% ou de de mais 5.662 desempregados do que um ano antes. Nos serviços também há subida, mas relatiavamente menor, de 5,2%. Em termos absolutos, porém, este sector esteve na origem de 10.400 registos de desemprego adicionais contabilizados no final de 2024.
As atividades de informação e comunicação, a metalurgia e o sector automóvel destacam-se com os maiores aumentos, de 27%, de 25,5% e de 23,6%, respetivamente.
Mas os aumentos na ordem de dois digítos face a um ano antes ocorrem também nas indústrias do papel, impressão e reprodução; na eletricidade, gás e água, saneamento, resíduos e despoluição; no fabrico de equipamento informático, elétrico, máquinas e equipamentos; nas atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares; no fabrico de mobiliário e nas reparações, nos transportes e armazenagem; no fabrico de produtos petrolíferos, químicos, farmacêuticos, borracha e plástico; na indústria da madeira e da cortiça; e ainda no alojamento, restauração e similares.
Alterado, com correção do valor inicialmente publicado de variação homóloga de desemprego registado em novembro.