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Passos Coelho afasta demissão imediata de Nuno Crato
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que o ministro da Educação, Nuno Crato, regressará à universidade onde é professor, "mas não é agora".
À saída de uma cerimónia na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, à qual Passos Coelho e Nuno Crato chegaram no mesmo carro, o primeiro-ministro disse aos jornalistas que o queriam questionar sobre educação: "Só para dizer que o senhor ministro da Educação e Ciência há-de um dia regressar à sua universidade, como ele próprio disse, mas não é agora".
Passos Coelho não fez mais declarações à imprensa.
Na intervenção durante a apresentação de um programa de mobilidade académica destinado a estudantes universitários norte-americanos, Nuno Crato fez referência à honra de pertencer à Universidade de Lisboa e ao facto de para lá voltar.
O PS pediu hoje a demissão do ministro da Educação através do vice-presidente da bancada Marcos Perestrello.
"Se o senhor ministro da Educação não assumir as suas responsabilidades, resta ao primeiro-ministro assumi-las por ele. E, se o senhor primeiro-ministro não demitir o ministro da Educação, na sequência do que se sucedeu neste início de ano lectivo, (...) não o faz, porque não encontra ninguém para o substituir", disse Perestrello.
O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, anunciou hoje que os comunistas vão propor a revogação do concurso de Bolsa de Contratação de Escola (BCE).
Nuno Crato, depois de já ter pedido desculpa no parlamento pelo erro na formulação das listas da BCE disse hoje que até quarta-feira chegam às escolas cerca de 800 professores e que, "em princípio", a situação ficará resolvida.
"A nossa preocupação máxima neste momento é que cheguem à escola o mais brevemente possível os professores necessários para colmatar os horários que foram pedidos", afirmou Nuno Crato, à margem da conferência "O Futuro da Europa é a Ciência", que está a decorrer na Fundação Champalimaud, em Lisboa.
"Houve um erro ao início e isto atrasou este processo", justificou o ministro quando questionado pelos jornalistas.
Quanto aos 150 professores que tinham sido colocados e voltaram a ficar sem trabalho, Nuno Crato referiu que as colocações resultaram de um erro que teve de ser corrigido.
"Tendo havido esse erro, esses professores foram colocados passando à frente de outros que deveriam ter sido colocados. Nós reconhecemos isto, é lamentável", disse, escusando-se a responder sobre as condições para permanecer no cargo.