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Mais de metade concorda com greve de professores

São 60% os inquiridos no barómetro da Intercampus que dizem compreender os argumentos da classe docente para a paralisação. Setor sai este sábado à rua numa "Marcha pela Escola Pública”.

Mariline Alves
Negócios jng@negocios.pt 14 de Janeiro de 2023 às 09:15
A greve dos professores tem deixado milhares de alunos sem aulas de norte a sul do país e tem levantado dúvidas sobre a legalidade desta paralisação. Ainda assim, mais de metade dos portugueses acredita que os docentes fazem bem em fazer greve.

O barómetro da Intercampus para o Negócios, CM e CMTV mostra que 59,5% dos inquiridos vê com bons olhos a forma escolhida pela classe docente para protestar. Só 31,4% se mostram contra a greve de professores. havendo 9% que diz não saber ou prefere não responder.



Quando o foco da análise é a atuação do Governo, os inquiridos na sondagem apontam o dedo ao titular da pasta da Educação. Para 49,1% dos inquiridos, o ministro João Costa tem piorado a situação da educação em Portugal, sendo que 12,6% referem que ela tem melhorado.

Outros 10,6% não veem alterações entre o anterior ministro e o atual, referindo que a situação do setor no país se tem mantido igual. O número não é de espantar, até porque João Costa fazia parte da anterior equipa do Ministério da Educação, como secretário de Estado do então ministro Tiago Brandão Rodrigues. 

Este sábado, os professores saem à rua para uma grande manifestação que visa contestar alterações ao modelo de contratação, exigir aumentos salariais e a compensação pelo tempo em que as carreiras estiveram congeladas.


A greve dos docentes iniciou-se ainda em dezembro, por iniciativa do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (S.TO.P.) e por tempo indeterminado, o que acabou por afetar o encerramento do primeiro período letivo do ano.

Ministério da Educação iniciou em setembro um processo negocial com as organizações sindicais do setor para discutir a revisão do regime de recrutamento e mobilidade do pessoal docente. O setor rejeita uma eventual passagem da contratação para as entidades locais, mas o ministro da Educação já veio a público por diversas vezes afastar tal cenário.

Além da greve, os professores têm também promovido manifestações à porta das escolas e acampamentos junto ao Ministério da Educação, em Lisboa. 

A paralisação dos docentes é diferente do modelo habitual de greve, como explicou Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP). "É por tempo indeterminado, não se vê fim à vista, e o que é mais ‘sui generis’ é de facto ser uma greve por horas".

A greve é enquadrada por sucessivos pré-avisos diários do SIPE que só abrangem os docentes e a primeira hora letiva e por sucessivos pré-avisos diários do STOP que também abrangem os funcionários e o período inteiro do dia. 

Uma das questões que se tem discutido é por isso a de saber se, com base nestes pré-avisos, o professor ou docente pode fazer greve apenas à primeira hora, ou à terceira, ou de forma intermitente. 
O próprio Presidente da República pediu uma clarificação legal desta greve, tendo criticado a tutela.

FICHA TÉCNICA

Objetivo: Sondagem realizada pela INTERCAMPUS para a CMTV, com o objetivo de conhecer a opinião dos portugueses sobre diversos temas da política nacional, incluindo a intenção de voto em eleições legislativas. Universo: População portuguesa, com 18 e mais anos de idade, eleitoralmente recenseada, residente em Portugal Continental. Amostra: A amostra é constituída por 605 entrevistas, com distribuição proporcional por género, idade e região. Seleção da amostra: A seleção do lar fez-se através da geração aleatória de números de telefone fixo / móvel. No lar a seleção do respondente foi realizada através do método de quotas de género e idade (3 grupos). Foi elaborada uma matriz de quotas por região (NUTSII), género e idade, com base nos dados do Recenseamento Eleitoral da População Portuguesa (31/12/2020) da Direção-Geral da Administração Interna (DGAI). Recolha da Informação: A informação foi recolhida através de entrevista telefónica, em total privacidade, através do sistema CATI. Os trabalhos de campo decorreram de 6 a 11 de janeiro de 2023. Margem de Erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de 4,0%. Taxa de Resposta: A taxa de resposta obtida neste estudo foi de: 61,2%.

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