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Lisboa e Porto vão ter corte de 1.100 vagas no Ensino Superior

O Governo avança mesmo com a redução de 5% nos lugares disponíveis nas Universidades e nos Politécnicos das duas principais cidades, que acolhem quase metade dos estudantes. A medida avança já no próximo ano lectivo.

A Universidade do Porto é uma das nove instituições de Ensino Superior abrangidas por este corte de vagas. Paulo Duarte
15 de Maio de 2018 às 10:34
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O Governo vai mesmo avançar com a diminuição de 5% nas vagas disponíveis nas instituições de Ensino Superior em Lisboa e no Porto, o que corresponde a cerca de 1.100 lugares já a partir do próximo ano lectivo. O objectivo é levar mais jovens a inscreverem-se fora das duas maiores cidades, que absorvem 48% do total dos inscritos.

 

Segundo avança o Público esta terça-feira, 15 de Maio, as Universidades e Politécnicos no resto do país podem aumentar as vagas em percentagem idêntica, preferencialmente em cursos nas áreas das ciências da vida, física, matemática, informática e engenharias. Corrigir os "evidentes desequilíbrios territoriais na evolução recente do Ensino Superior público" é o argumento dado no despacho que o Governo se prepara para publicar.

 

No total, são nove as instituições abrangidas pelo corte de vagas no próximo concurso nacional de acesso, que começa a 18 de Julho: Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa, Universidade do Porto, Instituto Politécnico do Porto, Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril e ainda as escolas superiores de Enfermagem da capital e da cidade Invicta.

 

Os cursos de Medicina, de Física e de Tecnologia Nuclear não estão abrangidos por esta medida, por ser considerados prioritários pelo Executivo socialista. Pela especificidade do ensino ministrado, também a Escola Náutica Infante D. Henrique, em Oeiras, escapa à polémica medida, que já tinha sido admitida em Fevereiro pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, numa entrevista à TSF.

 

Face às críticas imediatas de diferentes escolas de Lisboa e do Porto, que se estenderam politicamente da esquerda à direita, num primeiro momento, numa audição parlamentar realizada a 6 de Março, Manuel Heitor ainda ensaiou uma possibilidade de recuo – que abrandou esses comentários, mas que acabou por não se verificar. Perante os deputados da comissão parlamentar de Educação e Ciência, o ministro da tutela dizia que a medida não estava tomada e que apenas tinha "[provocado] o debate sobre o processo para perceber o que deve ser".

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