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FENPROF: Medidas do FMI para a Educação podem "demolir sistema educativo"

O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (FENPROF), Mário Nogueira, afirmou hoje que é "absolutamente impossível levar por diante as medidas propostas pelo FMI sem demolir o sistema educativo que temos".

09 de Janeiro de 2013 às 10:01
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"Se se concretizarem estas medidas vai ser um desastre absoluto e total. Nesse quadro, o ministro Nuno Crato não passará de uma mera figura de retórica, porque, na verdade, ele serve apenas para arranjar justificações para aquilo que não tem justificação que é, de facto, a destruição completa do sistema educativo que Portugal tem", disse.

 

Mário Nogueira considerou ainda que a dispensa de 50 mil professores apontada, num relatório do FMI, como um dos caminhos para a reforma do Estado é "um disparate absoluto".

 

Para o sindicalista, isto "significa que, neste momento, já não há limites para a destruição, é arrasar, é deitar abaixo tudo aquilo que foi construído e que foi difícil".

No entender do dirigente da FNE, "trata-se de retirar da Educação aquilo que se está a pagar aos bancos e tudo aquilo que é vigarice que neste país foi feito por muita gente que continua impune".

 

 "Não são só as medidas em si, elas acrescem aos cortes já previstos no OE/2013, que também já prevêem uma forte redução de verbas na Educação, nomeadamente com a tomada de medidas que provocarão mais despedimentos, mais desemprego, mais mega-agrupamentos, ou seja, são medidas em cima de medidas, de uma violência completa", frisou.

 

"Penso que o ministro Nuno Crato, se não tomar uma atitude de demarcar-se disto indo embora, vai ficar simplesmente a fazer a figura do palhaço pobre do circo em ruínas", acrescentou.

 

A dispensa de 50 mil professores, o aumento das taxas moderadoras e um corte em todas as pensões são algumas das medidas propostas pelo Fundo Monetário Internacional num relatório pedido pelo Governo sobre o corte nas funções do Estado.

No relatório, divulgado hoje pelo Jornal de Negócios, mas que tem data de Dezembro, o FMI detalha medidas que "poderão aumentar a eficiência do Estado, reduzindo a sua dimensão de forma a suportar a saída da crise".

 

No documento, o FMI propõe "um corte permanente na despesa de quatro mil milhões de euros a partir de 2014, que poderá ser precedido de uma redução de 800 milhões já este ano".

 

Redução de funcionários e salários na Educação, Saúde e forças de segurança e cortes no Estado Social, que consideram iníquo, especialmente para os mais jovens, são algumas das áreas a que o FMI dá especial atenção.

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