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86% dos professores contratados não conseguiram um lugar nas escolas

Este ano, houve 26.730 pessoas que se candidataram a contratação inicial ou que pediram a renovação do contrato, mas apenas 14% o conseguiram. Quase 23 mil professores contratados não conseguiram um lugar.

Miguel Baltazar/Negócios
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Dos 26.730 professores que tentaram conseguir um contrato a prazo nas escolas, seja por contratação inicial seja por renovação de contrato, apenas 14% o conseguiu. Os resultados dos concursos de colocação de professores deixam, para já, 22.948 docentes sem emprego na rede pública de escolas.

A Direcção-Geral da Administração Escolar publicou esta sexta-feira, dia 28 de Agosto, as listas definitivas de contratação de professores, que já podem ser consultadas. No ano passado, os resultados só foram publicados a 9 de Setembro. Os atrasos e os erros gerados na bolsa de contratação de escola levaram Nuno Crato a pedir desculpa e a demitir o director-geral da Administração Escolar. Este ano, o Governo decidiu antecipar os concursos, ao mesmo tempo que atrasou em uma semana o início do ano lectivo.

Das 25.296 pessoas sem vínculo que se candidataram à contratação inicial, apenas 2.833 conseguiram colocação. E dos 1434 contratados que pediram a renovação do contrato, houve 949 que a conseguiram, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Educação.

Desta conjugação resultam 3782 professores contratados pelas escolas, 14% dos que se candidataram, número que fica ligeiramente acima do que aconteceu por esta altura no ano passado, apesar de ser muito mais baixo do número de pessoas contratadas em 2011 (altura em que superou as 12 mil pessoas) ou em 2012 (mais de sete mil).

Em comunicado, o Ministério da Educação sublinha que "no presente ano entrou um número significativo de docentes para os quadros do MEC". Foram 1.471, de um total de cerca de quatro mil ao longo da legislatura.

Os contratados que foram colocados têm agora 48 horas de dias úteis (ou seja, até ao final do dia de terça-feira) para aceitarem a colocação e 72 horas (ou seja, até quarta-feira) para se apresentarem nas escolas.

Mais de dois mil horários ainda por preencher

Este ano as escolas pediram 17.850 horários, um número muito superior ao do ano passado porque, devido ao concurso interno e externo que ocorreu este ano todos os professores de quadro de zona pedagógica tiveram que se candidatar. Houve 15.718 colocações de professores do quadro de escola, de zona pedagógica e de contratados, o que deixa 2.131 horários completos e anuais por preencher, menos do que os 3.435 registados no ano passado.


Grande parte destes horários por preencher dizem respeito aos 303 agrupamentos TEIP (Territórios de Intervenção Prioritária) ou com autonomia, para os quais ainda será lançado, antes do início do ano lectivo, a Bolsa de Contratação de Escola.

Além disso, haverá reservas de recrutamento nas restantes escolas destinadas a substituir professores que não possam trabalhar por motivo de doença ou maternidade, por exemplo, sendo dada prioridade a docentes de carreira.

Neste concurso houve ainda 372 docentes de quadro de agrupamento ou escola e 821 professores dos quadros de zona pedagógica que não conseguiram colocação. São os chamados "horário zero", que se não conseguirem uma solução até Fevereiro podem ser colocados em requalificação, com um corte substancial no salário. O Governo espera, no entanto, que este número se reduza de forma significativa nas próximas semanas.

Notícia corrigida às 14h47: foram 26.730 os docentes sem vínculo que concorreram e não 29.730, como por lapso se referiu inicialmente. As percentagens não foram alteradas. Notícia actualizada com mais informação pela última vez às 16h04.

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