Os apoiantes e os opositores do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, vão votar no próximo Domingo no referendo sobre o governo, sem que nenhum dos lados apresente um domínio claro de uma votação bastante contestada.

Chávez teve milhares de ruidosos adeptos ontem à porta do palácio presidencial, quando incentivou os seus apoiantes para votarem em massa no Domingo. «Estamos certos da vitória, mas ninguém pode baixar a guarda. Às 5 da manhã as pessoas devem estar nos locais de voto», afirmou o presidente.

Antes do discurso de Chávez, centenas de milhares de opositores marcharam numa auto-estrada de Caracas, na maior mostra de força registada em meses.

Hugo Chávez está no poder há seis anos e o crescimento da pobreza junto da maioria da população venezuelana é uma das principais críticas apontadas há sua governação. Para os seus críticos, o ex-militar, que em 1992 tinha encabeçado um golpe para destronar o anterior presidente, tem de ser rapidamente afastado para que os gastos públicos exagerados cessem, para que os investimentos estrangeiros retornem à Venezuela e para que as relações daquele país com os EUA melhorem significativamente.

A administração Bush é acusada por Hugo Chávez de intromissão na vida interna da Venezuela – nomeadamente de financiamento da oposição e de incentivo a sublevações civis –, país que ocupa neste momento o quinto lugar no ‘ranking’ dos maiores exportadores de petróleo mundiais.

Washington, por outro lado, teme que na Venezuela se instale uma ditadura de ‘estilo cubano’, oposta aos interesses norte-americanos na América Latina.