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Venezuela fixa taxa de câmbio para bolívar e limita acesso ao dólar
Para evitar a queda da reserva da moeda estrangeira, Hugo Chavez, presidente da Venezuela, anunciou hoje que irá fixar a taxa de câmbio do bolívar e limitar a compra de dólares aos venezuelanos.
O presidente da Venezuela afirmou também que a medida serve também para punir os seus inimigos políticos por promoverem uma greve de dois meses que levou ao encerramento de empresas e interrompeu a produção de petróleo.
A indústria petrolífera representa cerca de metade das receitas do Estado. A Venezuela é o quinto maior fornecedor mundial de petróleo.
O Governo venezuelano espera que o aumento da produção de petróleo garanta um aumento das receitas em dólares, impulsionando o preço do bolívar. Os analistas defendem que as medidas tomadas não irão alcançar o resultado pretendido por Hugo Chavez.
As reservas de divisas internacionais da Venezuela caíram para os 11 mil milhões de dólares (10,1 mil milhões de euros) no dia 21 de Janeiro, atingindo o mínimo de seis meses.
As reservas têm de estar acima dos nove mil milhões de dólares (8,3 mil milhões de euros) para o Governo pagar as dívidas e os salários dos trabalhadores do Estado e evitar o colapso na confiança dos investidores na capacidade do Executivo pagar a dívida venezuelana ao estrangeiro de 22 mil milhões de dólares (20,3 mil milhões de euros).
As novas regras monetárias, a segunda alteração numa década, ameaçam levar à falência as empresas do sector das importações.
A medida inclui ainda uma limitação nos gastos dos venezuelanos quando viajarem para fora do país. Os cidadãos que saírem não poderão gastar mais de 1.000 dólares em cartões de crédito que tenham sido emitidos no território.
A greve que se arrastou por dois meses deverá traduzir-se numa quebra do Produto Interno Bruto (PIB) de 25% este ano, segundo as estimativas da Standard & Poor"s.
O banco central da Venezuela passará a comprar dólares a 1,596 bolívares por unidade e venderá a moeda americana por 1,600 bolívares.
A fixação da taxa de câmbio contra o dólar poderá levar à desvalorização da divisa da terceira maior economia da América do Sul.