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Turismo caiu menos em junho graças a portugueses

A atividade turística manteve uma “forte redução em junho”, divulgou esta sexta-feira o INE. Ainda assim, a quebra foi “menos intensa” face a maio, devido ao turismo de residentes.

Pedro Noel da Luz
14 de Agosto de 2020 às 11:14
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A atividade turística continua a registar fortes quebras face ao ano passado, mas o mês de junho foi ligeiramente menos penalizador para o setor face a maio. A justificação está nos turistas portugueses. 

Segundo os números da atividade turística publicados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o setor registou 493,5 mil hóspedes em junho, menos 82% face ao período homólogo de 2019, e 1,1 milhões de dormidas, que traduz uma quebra de 85%. Em maio, as quebras rondaram os 95%.

As dormidas de residentes recuaram 59,7% e as de não residentes diminuíram 96,2%. No total, visitaram Portugal 190 mil turistas estrangeiros em junho. Os proveitos totais quebraram 88,5%, fixando-se em 53,4 milhões de euros. No mês anterior o rombo esteve perto dos 100%. O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) foi de 13,0 euros em junho, menos 79% face ao período homólogo.

No que toca aos principais mercados emissores de turistas para Portugal, as quebras continuam a ser superiores a 90% em todos. A maior descida verificou-se no mercado chinês, que caiu 98,5%. Seguem-se o Reino Unido, Estados Unidos e Irlanda (-98,3% em cada) e o Canadá (-98,2%).

Todas as regiões do país registaram quebras de turistas superiores a 70%, à exceção do Alentejo, onde a descida foi de 48,9%, mais uma vez explicado pela procura por parte de portugueses. O Altentejo foi a região onde o número de dormidas de turistas nacionais recuou menos (31,6%). Seguiu-se o Norte (-54,4%) e o Algarve (-55,6%).

Também em termos de dormidas de não residentes, o Alentejo registou uma diminuição de 85,1%, enquanto as restantes regiões apresentaram decréscimos superiores a 90%, ressalva o INE.

A Madeira e os Açores foram as regiões que assinalaram as maiores quebras, em ambos os casos na ordem dos 97%.

A análise por tipo de alojamento revela que a hotelaria foi a mais penalizada, com o número de dormidas a recuar 87,6%. Nos estabelecimentos de alojamento local o tombo foi de 79,2%, enquanto as dormidas em espaço rural e de habitação recuaram 49,6%.

Num mês que deveria ter sido de época alta, 46,3% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram ainda encerrados ou não registaram qualquer movimento de hóspedes.

No conjunto do segundo trimestre, que concentra os meses críticos da pandemia, a quebra nas dormidas foi de 92,4% face a 2019. 

Pandemia não altera preços

A análise de junho do INE inclui os resultados de um questionário específico sobre o impacto da pandemia no setor, que concluiu que em 62,5% dos estabelecimentos inquiridos, foram canceladas reservas agendadas para os meses de junho a outubro.

A região dos Açores foi a mais penalizada, com 94,2% dos estabelecimentos a reportarem cancelamentos para o período em análise. Segue-se o Algarve (78,9%) e a Área Metropolitana de Lisboa (74%). 

Os turistas nacionais concentram a maior taxa de cancelamentos, seguidos pelos espanhóis e britânicos. As expetativas dos empresários do setor apontam para uma época praticamente perdida. "A maioria dos estabelecimentos que planeava estar em atividade nos meses de junho a outubro previa registar taxas de ocupação inferiores a 50% em cada um desses meses", revela o INE.

Face ao cenário de baixa ocupação, a maior parte dos estabelecimentos (56,8%) não prevê alterar os preços praticados face ao ano anterior. Ainda assim, perto de um terço dos inquiridos admite baixar os valores praticados, nomeadamente os que se situam nas regiões de Lisboa e Algarve. Apenas 7,9% admitem aumentar os preços ao longo da época.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h51 com mais informação)

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