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Transparency International insta Governos da UE a agirem contra offshores

A organização anti-corrupção Transparency International instou os Governos da União Europeia a agirem contra o sigilo financeiro, para pôr fim à lavagem de dinheiro e à evasão fiscal, após novas revelações do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.

Reuters
Lusa 06 de Novembro de 2017 às 00:08

"A Transparency International EU apela aos Governos europeus para que tomem acção imediata no sentido de acabar com este tipo de sigilo que permite que a corrupção floresça", declarou a organização não-governamental em comunicado.

 

A nova investigação Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), denominada 'Paradise Papers', divulgou mais de 13,4 milhões de documentos, incluindo pormenores sobre como a coroa britânica, conselheiros do Presidente norte-americano, Donald Trump, e empresas multinacionais como a gigante mineira Glencore estão entre os mais ricos do mundo que têm usado estruturas offshore (paraísos fiscais) para contornar as suas obrigações fiscais ou fazer pagamentos questionáveis.

 

No comunicado, a ONG referiu que embora a Comissão Europeia tenha proposto legislação que revelaria ao público informação sobre empresas e transacções em paraísos fiscais, "os Governos europeus têm-se mostrado relutantes em dar a sua aprovação".

 

"Governos da UE como o da Alemanha têm-se erguido contra o crescente movimento a favor da transparência financeira [e] esta última fuga de informação demonstra que, na era digital, a transparência é inevitável, a única opção consiste em controlar ou não o fluxo da informação", defendeu o director da Transparency International EU, Carl Dolan, citado no texto.

 

"Após os 'Panama Papers' (primeira investigação sobre offshores), a Comissão Europeia entrou em acção, mas falta ainda as capitais nacionais assinarem duas das propostas da UE que poderiam ajudar a fazer luz sobre este tipo de lavagem de dinheiro e evasão fiscal", frisou Dolan.

 

"Há muito tempo que a Transparency International EU pede dois instrumentos que poderiam dar à opinião pública um melhor entendimento do uso das estruturas 'offshore', nomeadamente relatórios públicos por país, exigir às multinacionais a divulgação de dados financeiros essenciais sobre cada país onde operam (incluindo paraísos fiscais) e uma benéfica transparência quanto à propriedade, para pôr fim a empresas e fundações anónimas e tornar mais difícil aos corruptos esconderem bens roubados", insistiu a ONG.

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