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Thierry Breton retira-se da corrida a comissário europeu. Aponta o dedo a Von der Leyen

Numa carta que divulgou na rede social X, Breton acusou a presidente da Comissão Europeia de pressionar França a avançar com outro nome.

Thierry Breton
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O candidato francês a comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, abandonou a corrida a uma renovação do mandato, justificando a decisão com pressão por parte de Ursula von der Leyen.

Numa carta endereçada à presidente da Comissão Europeia, divulgada na rede social X, Breton escreve: "Há uns dias, na fase final das negociações para a composição do futuro colégio [de comissários], [Von der Leyen] pediu a França que retirasse o meu nome - por motivos pessoais que, em nenhum momento, discutiu comigo - e ofereceu, como contrapartida política, uma pasta alegadamente mais influente para França".

"À luz destes últimos acontecimentos - mais um testemunho de governação questionável - tenho de concluir que já não posso exercer os meus deveres no colégio. Demito-me, por isso, da minha posição como comissário europeu, com efeitos imediatos", escreve Breton.

A desistência do francês surge numa altura em que Von der Leyen tem pressionado os Estados-membros a avançarem com candidaturas de mulheres para o novo mandato da Comissão Europeia.

Depois de ter começado, no final de agosto, a entrevistar os nomes propostos pelos Estados-membros da UE para comissários europeus, Ursula von der Leyen tinha previsto apresentar na semana passada a sua proposta de equipa e de atribuição de pastas, mas a divulgação passou a estar prevista para esta terça-feira, na cidade francesa de Estrasburgo, à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu.

A presidente da Comissão Europeia, que lidera a instituição desde 2019 e vai agora iniciar um segundo mandato até 2029, estipulou como um dos objetivos para o seu colégio de comissários a paridade, mas inicialmente a maioria dos países avançou com nomes masculinos para candidatos, o que, de acordo com fontes europeias, levou a pressões junto de países - como a Eslovénia e a Roménia -, que voltaram atrás nas propostas e avançaram antes com nomes femininos.

Portugal propôs a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque.

De momento, 11 dos 28 nomes propostos para comissários europeus no próximo ciclo institucional eram mulheres (sendo que a Bulgária apresentou dois nomes, de um homem e de uma mulher, algo que tinha sido pedido por Von der Leyen). Aguarda-se a nova proposta francesa. *com Lusa

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