Notícia
Montenegro propõe ex-ministra Maria Luís Albuquerque para comissária europeia
Nome escolhido vai agora ser apresentado a Ursula von der Leyen, que irá entrevistar individualmente cada candidato proposto pelos diferentes Estados-membros. Se for aprovada, Maria Luís Albuquerque será a segunda mulher portuguesa a ocupar o cargo de comissária europeia.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, propôs esta quarta-feira o nome de Maria Luís Albuquerque, ex-ministra de Estado e das Finanças no Governo de Pedro Passos Coelho, para nova comissária europeia, destacando o "reconhecido mérito" da candidata e as suas "qualidades e competências extraordinárias".
"Tomei a decisão, em nome e com o apoio de todo o Governo, de propor à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a doutora Maria Luís Albuquerque para integrar o novo colégio de comissários europeus, em representação de Portugal", referiu o primeiro-ministro, numa comunicação ao país no Palácio de São Bento, em Lisboa.
O líder do Executivo social-democrata salientou o "reconhecido mérito académico, profissional, político e cívico" de Maria Luís Albuquerque e a "vasta e interessante experiência junto das instituições europeias e junto de alguns dos seus protagonistas". "É detentora de qualidades e competências extraordinárias que vão seguramente enriquecer a Comissão Europeia e prestigiar Portugal", defendeu.
Luís Montenegro referiu que a escolha da nova comissária estava a ser tratada "com discrição e recato desde antes das eleições europeias" de maio. Depois da eleição de António Costa para presidente do Conselho Europeu, a escolha de uma mulher para ocupar um lugar à mesa na futura Comissão Europeia ganhou força, até porque a Ursula von der Leyen manifestou a intenção de apresentar uma lista paritária.
O primeiro-ministro sublinhou que é "importante que cada Estado-membro disponibilize alguns dos seus melhores", numa altura em que a União Europeia (UE) está a entrar "num novo ciclo" de estímulo ao mercado interno e à competitividade europeia, e de "definição de um novo quadro financeiro plurianual, a que se juntam desafios enormes na segurança e defesa, bem como novos horizontes no alargamento da UE".
"Como primeiro-ministro, considero que Maria Luís Albuquerque honra esse perfil e, pelo conhecimento direto e pessoal que tenho das suas capacidades, sei que vai também honrar Portugal. Deposito nela toda a confiança e toda a esperança de que sermos nós, portugueses, um povo e uma nação que alavanca o reformismo e ambição europeia", argumentou.
A escolha da ex-ministra das Finanças de Pedro Passos Coelho será agora comunicada a Ursula von der Leyen, que irá fazer uma avaliação individual de cada candidato apresentado pelos 27 Estados-membros da UE. Caso venha a ser aprovada, Maria Luís Albuquerque será a segunda mulher a ocupar o cargo de comissária europeia, depois de Elisa Ferreira, que tomou posse em 2019.
Que pasta pode vir a ocupar?
Maria Luís Albuquerque, de 56 anos, nasceu em Braga. É licenciada em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade Lusíada de Lisboa e mestre em Economia Monetária e Financeira pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. Foi ministra das Finanças de Pedro Passos Coelho entre 2013 e 2015, depois de ocupar o cargo de secretária de Estado do Tesouro.
Antes de ir para o Governo, foi professora universitária, técnica superior na Direção-Geral do Tesouro e Finanças, e técnica superior do Gabinete de Estudos e Prospetiva Económica do Ministério da Economia, entre 1999 e 2001. Entre 2001 e 2007, foi diretora do Departamento de Gestão Financeira da REFER, tendo deixado o cargo para coordenar o Núcleo de Emissões e Mercados do Instituto de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).
Atualmente, Maria Luís Albuquerque é membro do Conselho Nacional do PSD e membro do Conselho de Supervisão da subsidiária europeia da empresa norte-americana Morgan Stanley.
Por saber está ainda que pasta é que Maria Luís Albuquerque irá ocupar. Tendo em conta o seu currículo, é possível que concorra a pastas mais económicas. Após a conseguir a reeleição em julho, Ursula von der Leyen anunciou também que o próximo mandato contará com novas pastas: Defesa (com foco na nova estratégia industrial), Pescas e Oceanos, Mediterrâneo (para gerir migrações) e Habitação.
Os Estados-membros têm até ao final deste mês para apresentar os nomes propostos para o novo colégio de comissários. Até à data, faltam ainda ser conhecidos os candidatos de Espanha, Itália, Bélgica, Dinamarca e Bulgária. Além de Kaja Kallas indicada pela Estónia para chefe da diplomacia europeia, apenas quatro países indicaram apenas mulheres: Portugal, Suécia, Finlândia e Croácia.
A nova comissão europeia deverá iniciar funções a 1 de novembro.
(notícia atualizada às 12:12)