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Tesouro norte-americano diz acreditar nas políticas a prosseguir por Lula

O recém eleito presidente do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, evitará a adopção de políticas que impeçam o país de assumir os seus compromissos em termos de dívida pública externa, afirmou hoje o secretário de Estado do Tesouro dos EUA, Paul O'Neill.

28 de Outubro de 2002 às 16:17
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O recém eleito presidente do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, evitará a adopção de políticas que impeçam o país de assumir os seus compromissos em termos de dívida pública externa, afirmou hoje o secretário de Estado do Tesouro dos EUA, Paul O"Neill.

«Este é um país com grande potencial», afirmou O"Neill na primeira declaração após Lula ter conseguido a vitória nas eleições presidenciais brasileiras. O candidato do Partido dos Trabalhadores garantiu ontem 61% dos votos, a maior margem de vitória alguma vez alcançada nas presidenciais daquele país.

Após ter convencido os brasileiros, o novo presidente tem agora como missão convencer os investidores de que as suas políticas ajudarão ao crescimento da oitava maior economia mundial, referiu O"Neill num discurso perante empresários no Estado da Carolina do Sul.

«Os mercados olharão agora muito atentamente para o que (Lula) vai fazer hoje, amanhã e na próxima semana para dar garantias de que ele não é louco e que prosseguirá boas políticas que criarão a estabilidade da divisa brasileira e (para além de) assegurar aos mercados financeiros internacionais que assumirão os compromissos de dívida», disse O"Neill, segundo as agências internacionais.

O real brasileiro, que perdeu cerca de 37% face o dólar desde o início do ano, cedia 0,68% para os 3,753 reais por dólar. A Bolsa de Valores de São Paulo, mais conhecida como Bovespa, caía 0,4%.

Lula da Silva terá como principais tarefas contrariar a queda continuada da divisa, cumprir a sua promessa eleitoral de criação de 10 milhões de empregos, bem como acabar com a fome num país de 175 milhões de habitantes.

A popularidade do antigo sindicalista tem vindo a alarmar investidores, levando a quedas quer do real quer dos títulos do Tesouro brasileiro, devido a receios de que o novo Governo venha a interromper os pagamentos de uma dívida que ascende aos 300 mil milhões de dólares (305,58 mil milhões de euros), quase o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) português.

O"Neill louvou as políticas económicas de Fernando Henrique Cardoso, o presidente do Brasil nos últimos oito anos e líder do partido de direita que perdeu as eleições, que se traduziram na manutenção da inflação sob controlo, criando estabilidade e investindo na educação.

O"Neill disse ainda que a transição para a administração de Lula, que toma posse a partir de 1 de Janeiro de 2003, deverá auxiliar a dar garantias aos investidores de que o novo presidente prosseguirá a execução de políticas sãs.

«Congratulo-me pelo facto da incerteza (política) ter terminado (quanto ao novo presidente)», disse O"Neill, acrescentando que «creio que as políticas seguidas serão na linha das de Cardoso e que eles (Brasil) ficarão bem; é importante que o façam (porque o Brasil) é o motor da (economia da) América Latina».

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