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Moeda brasileira atinge mínimos históricos consecutivos após declarações de O’Neill

As obrigações brasileiras e o real seguiam hoje em queda pela sétima sessão consecutiva, com os investidores a recearem que o Brasil não consiga novos empréstimos do FMI, depois de Paul O’Neill ter receado que estes fundos fossem parar a contas na Suíça.

30 de Julho de 2002 às 16:14
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As obrigações brasileiras e o real seguiam hoje em queda pela sétima sessão consecutiva, com os investidores a recearem que o Brasil não consiga novos empréstimos do Fundo Monetário Internacional, depois das declarações de Paul O’Neill, secretário de Estado do Tesouro dos EUA.

O real caia 3,94% contra o dólar, depois de ontem ter acumulado uma desvalorização de 5,39%. Cada dólar valia 3,3 reais, o valor mais elevado desde a criação da moeda brasileira em 1994.

A obrigação mais transaccionada no Brasil caia para um mínimo de Setembro de 1995, com um «yield» de 24,59%.

Os investidores receiam que o Brasil não consiga novos empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI), dificultando assim o pagamento da sua dívida pública que ascende a um bilião de reais (309 mil milhões de euros).

Este cenário depressivo no mercado monetário brasileiro surgiu na sequência de declarações efectuadas no fim-de-semana por Paul O’Neill.

O secretário de Estado do Tesouro dos Estados Unidos recusou-se a apoiar a concessão de novos empréstimos ao Brasil, por recear que esses fundos fossem «parar a contas bancárias na Suíça».

Estas declarações indignaram os governantes brasileiros, com o presidente Fernando Henrique Cardoso a exigir um pedido de desculpas do seu homólogo norte-americano.

O ministro das Finanças Pedro Malan já manteve conversações telefónicas com O’Neill e encetou novos contactos com o FMI para convencer a instituição internacional a conceder novos empréstimos.

A queda da moeda brasileira está a afectar hoje o comportamento em Bolsa de diversas empresas expostas à economia brasileira, com a Portugal Telecom [PTC] a recuar 2,38% para os 6,16 euros e a Telefónica a descer 7,87% para 9,25 euros.

Por Nuno Carregueiro

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