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Taxa de poupança dos portugueses deverá aumentar este ano
O Banco de Portugal prevê que a taxa de poupança das famílias portuguesas aumente este ano, num contexto de moderação dos gastos dos consumidores, de acréscimo dos encargos mensais relacionados com o aumento das taxas de juro e de desemprego mais elevado.
O Banco de Portugal prevê que a taxa de poupança das famílias portuguesas aumente este ano, num contexto de moderação dos gastos dos consumidores, de acréscimo dos encargos mensais relacionados com o aumento das taxas de juro e de desemprego mais elevado.
"De acordo com as actuais estimativas, a taxa de poupança deverá interromper em 2007 a tendência de descida verificada nos anos mais recentes", revela o BdP no Boletim Económico de Outono divulgado hoje, sem adiantar valores.
Os últimos dados conhecidos revelaram que a taxa de poupança das famílias se fixou nos 8,3% em 2006, o que representa o nível mais baixo desde 1961. Há 40 que não se poupava tão pouco em Portugal, noticiou o Jornal de Negócios no final de Outubro, com base nos dados disponibilizados pelo BdP.
O ano passado foi o terceiro consecutivo em que houve uma quebra da taxa de poupança das famílias. Hoje, as estimativas do BdP revelam que as famílias portuguesas deverão ter poupado mais este ano.
Em 2007, ter-se-á verificado um "um crescimento moderado do consumo privado, que deverá implicar a interrupção em 2007 da tendência descendente da taxa de poupança das famílias observada nos anos mais recentes", explica a instituição liderada por Vítor Constâncio.
O BdP adianta que as famílias terão gasto menos nos últimos dois anos devido ao "aumento da taxa de desemprego, o agravamento da carga fiscal, nomeadamente ao nível dos impostos indirectos, a desaceleração das transferências para as famílias, uma componente do rendimento disponível que está tipicamente associada a uma maior propensão para consumir, e o aumento gradual das taxas de juro".
A taxa de desemprego nacional aumentou este ano, fixando-se nos 8,3% em Setembro, de acordo com os dados do Eurostat. Quanto aos impostos, por exemplo, o IVA aumentou, em 2005, de 19% para 21% e o imposto sobre os produtos petrolíferos também registou aumentos nos últimos anos.
Nos juros, entre final de 2005 e Junho de 2007, o preço do dinheiro aumentou de 2% para os actuais 4%. Uma evolução que tem penalizado as famílias já que os encargos com as prestações mensais das habitações têm registado fortes aumentos.