Notícia
Taur Matan Ruak será o novo Presidente de Timor-Leste
Votaram cerca de 600 mil pessoas na segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste. Os resultados provisórios dão a vitória a Taur Matan Ruak.
17 de Abril de 2012 às 10:23
O general e antigo chefe das Forças Armadas de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, foi eleito Presidente da República timorense, derrotando por quase 100 mil votos o seu adversário Francisco Guterres Lu Olo.
Os resultados provisórios distritais divulgados pelo secretariado técnico da Administração Eleitoral dão a vitória na segunda volta das eleições presidenciais a Taur Matan Ruak com 61,23%. Francisco Guterres Lu Olo obteve 38,77%.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) vai agora analisar 103 (0,02%) votos reclamados e outras reclamações, tendo para isso um período de 72 horas.
O STAE, que terminou o apuramento provisório distrital antes do período de 72 horas que dispunha, já começou a entregar à CNE as actas eleitorais, que depois de confirmadas serão enviadas para o Supremo Tribunal de Recurso, que declara os resultados oficiais.
O porta-voz de Taur Matan Ruak avisou que o candidato só fará uma declaração depois de os resultados provisórios serem confirmados pela Comissão Nacional de Eleições.
"Estamos felizes com o resultado provisório. É um sinal muito forte de que Taur Matan Ruak vai ser o Presidente da República. Estamos à espera dos resultados confirmados pela Comissão Nacional de Eleições e depois fazemos declarações", afirmou Fidélis Magalhães em Taibesse, Díli, em conferência de imprensa, citado pela Lusa.
Taur Matan Ruak vai, assim, suceder a José Ramos-Horta que não chegou à segunda volta das eleições.
O general e antigo chefe das Forças Armadas de Timor-Leste, 56 anos, quer ser um exemplo para os mais novos. "Acredito nos jovens que estão aqui", afirmou, a 8 de Fevereiro, após anunciar a sua candidatura às presidenciais, que acaba de vencer à segunda volta contra outro antigo guerrilheiro, Francisco Lu Olo Guterres, apoiado pela Fretilin, e de ter destronado, na primeira volta, o Presidente em funções, José Ramos-Horta, Nobel da Paz em 1996.
Na mesma altura, o ex-chefe das Forças Armadas disse que recebeu três pedidos dos cidadãos timorenses para o futuro: prosperidade, grandes mudanças e transição geracional. Também lhe pediram um "pensamento estratégico com grandes linhas de orientação" para o desenvolvimento do país nos próximos 20 anos e uma liderança forte, que inspire os timorenses e contribua para "prestigiar o povo".
Taur Matan Ruak apresentou a demissão do cargo de chefe do Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste em Setembro de 2011, para "ser livre" de se candidatar às presidenciais deste ano.
Tal como Xanana Gusmão, primeiro Chefe de Estado de Timor-Leste, despiu a farda para se entregar ao exercício da política, mas diz que "metade do coração" ficou com os seus camaradas militares de anos. "Despendi 35 anos com eles. Entrei com 19 anos e saí com 55. Deixo metade do meu coração com eles. Adoro-os e guardo saudades imensas deles e até à morte nunca os vou esquecer", afirmou, na cerimónia de despedida. Foi o "amor" que diz sentir pelo país que o levou a candidatar-se às presidenciais.
Taur Matan Ruak foi o último comandante das Forças Armadas para a Libertação e Independência de Timor-Leste (Falintil). Com a restauração da independência, a 20 de Maio de 2002, foi promovido a major-general e nomeado chefe das Forças Armadas timorenses.
Nascido em Baguia, distrito de Baucau, José Maria Vasconcelos, posteriormente Taur Matan Ruak, é o mais velho de oito irmãos. Casado e pai de três filhos, é ironicamente - como o próprio confessou numa entrevista à revista “Visão” em 1999 - filho de um partidário da APODETI (pró-indonésio), que depois se tornou nacionalista, quando começou a levar pancada da polícia por causa das actividades do filho guerrilheiro.
Activo defensor dos direitos dos trabalhadores, foi várias vezes a tribunal até ao 25 de Abril de 1974 e ao posterior fim do domínio colonial português.
Após a invasão da Indonésia, em 1975, fugiu para as montanhas e juntou-se ao então recentemente formado exército das Falintil.
Taur Matan Ruak participou como guerrilheiro em batalhas contra o exército indonésio em Díli, Aileu, Maubisse, Ossu, Venilale, Uatulari ou Laga e a sua primeira nomeação oficial foi feita após a reunião do Conselho Superior do Sector Centro-Leste, em Venilale, no final do ano de 1976.
Em 1979, na sequência de sérios reveses nas forças de resistência, foi-lhe atribuída a tarefa de reagrupar as Falintil da região leste e localizar sobreviventes de uma companhia.
Nessa altura, foi traído e capturado pelos militares indonésios. Após 23 dias na prisão, fugiu e juntou-se de novo às Falintil nas montanhas.
Em 1981, foi um dos criadores do Conselho Nacional da Resistência Revolucionária e tornou-se adjunto do Estado Maior das Falintil, sob o comando do líder histórico Xanana Gusmão.
A 20 de Agosto de 2000, Xanana Gusmão demitiu-se das Falintil e Taur Matan Ruak assumiu a chefia total.
A sua liderança foi testada em dois grandes momentos, antes e depois da libertação nacional. O primeiro quando teve de segurar os seus homens, acantonados na Montanha do Mundo Perdido, em pleno referendo à autodeterminação do território, em 1999, enquanto no sopé da cordilheira milícias e exército indonésio semeavam o terror. O segundo em 2006, quando uma grave crise política e de segurança levou à implosão da Polícia Nacional mas não das Forças Armadas.
Os resultados provisórios distritais divulgados pelo secretariado técnico da Administração Eleitoral dão a vitória na segunda volta das eleições presidenciais a Taur Matan Ruak com 61,23%. Francisco Guterres Lu Olo obteve 38,77%.
O STAE, que terminou o apuramento provisório distrital antes do período de 72 horas que dispunha, já começou a entregar à CNE as actas eleitorais, que depois de confirmadas serão enviadas para o Supremo Tribunal de Recurso, que declara os resultados oficiais.
O porta-voz de Taur Matan Ruak avisou que o candidato só fará uma declaração depois de os resultados provisórios serem confirmados pela Comissão Nacional de Eleições.
"Estamos felizes com o resultado provisório. É um sinal muito forte de que Taur Matan Ruak vai ser o Presidente da República. Estamos à espera dos resultados confirmados pela Comissão Nacional de Eleições e depois fazemos declarações", afirmou Fidélis Magalhães em Taibesse, Díli, em conferência de imprensa, citado pela Lusa.
Taur Matan Ruak vai, assim, suceder a José Ramos-Horta que não chegou à segunda volta das eleições.
O general e antigo chefe das Forças Armadas de Timor-Leste, 56 anos, quer ser um exemplo para os mais novos. "Acredito nos jovens que estão aqui", afirmou, a 8 de Fevereiro, após anunciar a sua candidatura às presidenciais, que acaba de vencer à segunda volta contra outro antigo guerrilheiro, Francisco Lu Olo Guterres, apoiado pela Fretilin, e de ter destronado, na primeira volta, o Presidente em funções, José Ramos-Horta, Nobel da Paz em 1996.
Na mesma altura, o ex-chefe das Forças Armadas disse que recebeu três pedidos dos cidadãos timorenses para o futuro: prosperidade, grandes mudanças e transição geracional. Também lhe pediram um "pensamento estratégico com grandes linhas de orientação" para o desenvolvimento do país nos próximos 20 anos e uma liderança forte, que inspire os timorenses e contribua para "prestigiar o povo".
Taur Matan Ruak apresentou a demissão do cargo de chefe do Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste em Setembro de 2011, para "ser livre" de se candidatar às presidenciais deste ano.
Tal como Xanana Gusmão, primeiro Chefe de Estado de Timor-Leste, despiu a farda para se entregar ao exercício da política, mas diz que "metade do coração" ficou com os seus camaradas militares de anos. "Despendi 35 anos com eles. Entrei com 19 anos e saí com 55. Deixo metade do meu coração com eles. Adoro-os e guardo saudades imensas deles e até à morte nunca os vou esquecer", afirmou, na cerimónia de despedida. Foi o "amor" que diz sentir pelo país que o levou a candidatar-se às presidenciais.
Taur Matan Ruak foi o último comandante das Forças Armadas para a Libertação e Independência de Timor-Leste (Falintil). Com a restauração da independência, a 20 de Maio de 2002, foi promovido a major-general e nomeado chefe das Forças Armadas timorenses.
Nascido em Baguia, distrito de Baucau, José Maria Vasconcelos, posteriormente Taur Matan Ruak, é o mais velho de oito irmãos. Casado e pai de três filhos, é ironicamente - como o próprio confessou numa entrevista à revista “Visão” em 1999 - filho de um partidário da APODETI (pró-indonésio), que depois se tornou nacionalista, quando começou a levar pancada da polícia por causa das actividades do filho guerrilheiro.
Activo defensor dos direitos dos trabalhadores, foi várias vezes a tribunal até ao 25 de Abril de 1974 e ao posterior fim do domínio colonial português.
Após a invasão da Indonésia, em 1975, fugiu para as montanhas e juntou-se ao então recentemente formado exército das Falintil.
Taur Matan Ruak participou como guerrilheiro em batalhas contra o exército indonésio em Díli, Aileu, Maubisse, Ossu, Venilale, Uatulari ou Laga e a sua primeira nomeação oficial foi feita após a reunião do Conselho Superior do Sector Centro-Leste, em Venilale, no final do ano de 1976.
Em 1979, na sequência de sérios reveses nas forças de resistência, foi-lhe atribuída a tarefa de reagrupar as Falintil da região leste e localizar sobreviventes de uma companhia.
Nessa altura, foi traído e capturado pelos militares indonésios. Após 23 dias na prisão, fugiu e juntou-se de novo às Falintil nas montanhas.
Em 1981, foi um dos criadores do Conselho Nacional da Resistência Revolucionária e tornou-se adjunto do Estado Maior das Falintil, sob o comando do líder histórico Xanana Gusmão.
A 20 de Agosto de 2000, Xanana Gusmão demitiu-se das Falintil e Taur Matan Ruak assumiu a chefia total.
A sua liderança foi testada em dois grandes momentos, antes e depois da libertação nacional. O primeiro quando teve de segurar os seus homens, acantonados na Montanha do Mundo Perdido, em pleno referendo à autodeterminação do território, em 1999, enquanto no sopé da cordilheira milícias e exército indonésio semeavam o terror. O segundo em 2006, quando uma grave crise política e de segurança levou à implosão da Polícia Nacional mas não das Forças Armadas.