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Sócrates quer Governo com estrutura diferente
José Sócrates quer formar Governo muito rapidamente, sem deixar esgotar os prazos constitucionais. E pretende que o primeiro Executivo socialista com maioria absoluta tenha uma estrutura diferente da tradicional, noticiou o «Diário de Notícias».
José Sócrates quer formar Governo muito rapidamente, sem deixar esgotar os prazos constitucionais. E pretende que o primeiro Executivo socialista com maioria absoluta tenha uma estrutura diferente da tradicional, noticiou o «Diário de Notícias».
Sócrates decidiu centralizar o processo de formação do Governo, não abrindo sequer o jogo perante a maioria dos membros do Secretariado do PS. Isto para evitar a especulação sobre nomes de eventuais ministros nas páginas dos jornais. De resto, António Vitorino já lançara o aviso aos jornalistas na noite eleitoral «O Governo do PS não será feito pela comunicação social nem na comunicação social».
Uma fonte muito próxima do secretário-geral socialista garantiu no entanto ao DN que o Executivo do PS representará um «corte geracional» com os governos liderados por António Guterres. Nesta lógica, serão poucos os «repetentes» neste Executivo. E haverá vários nomes em estreia absoluta no Governo.
Segundo apurámos, Sócrates pretende formar um Governo muito operacional, provavelmente com menos ministros do que a média dos Executivos anteriores. Diversas áreas actualmente dispersas por várias pastas ministeriais poderão ser concentradas em tutelas sectoriais. É o caso da Agricultura, que em princípio deixará de figurar na orgânica do Executivo como ministério autónomo.
Há desde já uma certeza Pedro Silva Pereira, o «braço direito» de Sócrates no partido e actual porta--voz do PS, integrará o núcleo político do Governo - eventualmente como ministro da Presidência - de que também poderão fazer parte António Costa e António Vitorino. O ex-comissário europeu é um nome provável para ministro dos Negócios Estrangeiros.
Outros nomes de «ministeriáveis» que já circulam no Largo do Rato são os de Manuel Pinho, para a pasta da Economia, que abrangerá também a Tecnologia (Sócrates prometeu um «choque tecnológico» aos portugueses), e de João Ferrão - que integrou o núcleo coordenador das Novas Fronteiras - para a pasta do Ordenamento do Território , a que poderá ser aglutinada a área da Qualidade de Vida. O Ambiente, que Sócrates tutelou enquanto ministro, será outra prioridade no Executivo.
Durante a campanha eleitoral, Sócrates traçou o perfil ideal dos seus ministros devem ser pessoas com «currículo, experiência profissional e sentido de Estado». Neste perfil encaixam vários independentes, como o constitucionalista Gomes Canotilho, também falado para o Governo.