Notícia
Seca altera ritmo biológico natural das plantas e antecipa a primavera
Até agora acreditava-se que os invernos amenos provocados pelo aquecimento global eram a causa principal. No entanto, este novo trabalho relaciona pela primeira vez a seca com o despertar prematuro da natureza.
15 de Fevereiro de 2022 às 08:03
A falta de chuva antecipa a primavera no hemisfério norte, porque com menor nebulosidade as temperaturas de dia e de noite têm maior amplitude, há mais radiação solar e geadas, confundindo as plantas, que assumem que chegou a primavera.
Isto mesmo, adianta a agência EFE; é confirmado num estudo publicado esta terça-feira na revista 'Nature Climate Change', liderado pelos investigadores Jian Wang, da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA; e Josep Peñuelas, investigador do CREAF de Barcelona, um centro de investigação dedicado a estudar o território e a ecologia.
Segundo o estudo, a seca prevista para este século pode fazer avançar a primavera entre 1,2 e 2,2 dias por década.
A ciência demonstrou que as alterações climáticas estão a fazer avançar a primavera fenológica, mas até agora acreditava-se que os invernos amenos provocados pelo aquecimento global eram a causa principal.
No entanto, este novo trabalho, que relaciona pela primeira vez a seca com o despertar prematuro da natureza, revela que a falta de chuva também leva a que as plantas floresçam antes do tempo no hemisfério norte, onde as chuvas diminuíram a sua frequência nos últimos 30 anos, afetando o calendário natural das plantas.
"Menos precipitação significa menos nebulosidade, o que se traduz em mais horas de sol, temperaturas mais altas e noites mais frias, o que faz avançar a acumulação de frio necessária para que nasçam as plantas", que com este conjunto de condições se confundem e nascem mais cedo, explicou Peñuelas.
Segundo o investigador baseado em Barcelona, este inverno está a viver-se "uma situação paradigmática para entender os resultados deste estudo".
"Não chove e temos geadas e grandes amplitudes térmicas que fizeram adiantar a primavera de forma evidente", disse.
Para desenvolver este estudo, os investigadores mediram os fluxos de carbono da vegetação, já que quando as plantas despertam começam a fotossíntese e mudam os fluxos de carbono, registaram no local o despontar das plantas e comprovaram a grande escala com imagens satélite as mudanças no verdecer da vegetação.
De acordo com Peñuelas, "se as plantas nascem antes, começam antes a fazer a fotossíntese e isso afeta os ciclos de carbono de todo o mundo. Saber que a quebra na frequência das chuvas também afeta o ritmo natural é um conhecimento chave a ter em conta nas previsões de alterações climáticas".
O CREAF e o Serviço Meteorológico da Catalunha lançaram em 2021 a iniciativa FenoTwin com a colaboração da Fundação Espanhola para a Ciência e Tecnologia para elaborar mapas que registem como muda a natureza em cada estação, unindo o trabalho de satélite e da cidadania.
Os investigadores fizeram hoje um apelo para que todas as pessoas que o desejem colaborem com o projeto enviando provas de que a primavera está a avançar em todo o lado, que espécies estão a nascer antes do tempo e outras alterações dos ciclos biológicos.
Isto mesmo, adianta a agência EFE; é confirmado num estudo publicado esta terça-feira na revista 'Nature Climate Change', liderado pelos investigadores Jian Wang, da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA; e Josep Peñuelas, investigador do CREAF de Barcelona, um centro de investigação dedicado a estudar o território e a ecologia.
A ciência demonstrou que as alterações climáticas estão a fazer avançar a primavera fenológica, mas até agora acreditava-se que os invernos amenos provocados pelo aquecimento global eram a causa principal.
No entanto, este novo trabalho, que relaciona pela primeira vez a seca com o despertar prematuro da natureza, revela que a falta de chuva também leva a que as plantas floresçam antes do tempo no hemisfério norte, onde as chuvas diminuíram a sua frequência nos últimos 30 anos, afetando o calendário natural das plantas.
"Menos precipitação significa menos nebulosidade, o que se traduz em mais horas de sol, temperaturas mais altas e noites mais frias, o que faz avançar a acumulação de frio necessária para que nasçam as plantas", que com este conjunto de condições se confundem e nascem mais cedo, explicou Peñuelas.
Segundo o investigador baseado em Barcelona, este inverno está a viver-se "uma situação paradigmática para entender os resultados deste estudo".
"Não chove e temos geadas e grandes amplitudes térmicas que fizeram adiantar a primavera de forma evidente", disse.
Para desenvolver este estudo, os investigadores mediram os fluxos de carbono da vegetação, já que quando as plantas despertam começam a fotossíntese e mudam os fluxos de carbono, registaram no local o despontar das plantas e comprovaram a grande escala com imagens satélite as mudanças no verdecer da vegetação.
De acordo com Peñuelas, "se as plantas nascem antes, começam antes a fazer a fotossíntese e isso afeta os ciclos de carbono de todo o mundo. Saber que a quebra na frequência das chuvas também afeta o ritmo natural é um conhecimento chave a ter em conta nas previsões de alterações climáticas".
O CREAF e o Serviço Meteorológico da Catalunha lançaram em 2021 a iniciativa FenoTwin com a colaboração da Fundação Espanhola para a Ciência e Tecnologia para elaborar mapas que registem como muda a natureza em cada estação, unindo o trabalho de satélite e da cidadania.
Os investigadores fizeram hoje um apelo para que todas as pessoas que o desejem colaborem com o projeto enviando provas de que a primavera está a avançar em todo o lado, que espécies estão a nascer antes do tempo e outras alterações dos ciclos biológicos.