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Schäuble: Eleição directa do presidente do Conselho Europeu pode "fascinar" cidadãos

O ministro alemão defendeu ainda a transferência de competências do plano nacional para Bruxelas, "sem limitar os direitos dos parlamentos nacionais em relação aos orçamentos", e o aumento das competências do Parlamento Europeu.

30 de Outubro de 2012 às 11:24
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O ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, defendeu hoje a eleição directa do presidente do Conselho Europeu, afirmando que tal poderia 'despertar [nos cidadãos europeus] mais fascínio do que eleições parlamentares e melhorar a comunicação na Europa".

Discursando num fórum sobre o futuro da Europa em Berlim, o político democrata-cristão apelou também ao avanço da integração europeia: "No século XXI, os Estados nacionais já não estão em condições de responder às questões da globalização e da regulamentação dos mercados financeiros", disse.

O ministro alemão defendeu ainda a transferência de competências do plano nacional para Bruxelas, "sem limitar os direitos dos parlamentos nacionais em relação aos orçamentos", e o aumento das competências do Parlamento Europeu.

Schäuble reiterou igualmente uma das suas últimas propostas para que passe a haver diferentes tipos de votações no Parlamento Europeu, que incluam, por exemplo, só os deputados dos 17 países do euro em questões que não digam respeito aos parlamentares dos restantes 10 países da União Europeia, ou só os deputados dos 25 países que subscreveram o Tratado Orçamental Europeu.

Nicolas Berggruen, o organizador do fórum, em que participam também, nomeadamente, o ministro das finanças francês, Pierre Moscovici, o ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder e o ex-chefe do governo espanhol Filipe Gonzalez, afirmou, na abertura dos trabalhos, que o problema da Europa "é a sua actual estrutura de casa que ainda não foi acabada".

Moscovice, por seu turno, sublinhou a necessidade de reduzir as dívidas públicas, cerne da actual crise na zona euro, anunciando que a França tenciona limitar o défice orçamental a 3% do Produto Interno Bruto até 2013, poupando 30 mil milhões de euros.

"São precisos esforços de todos os países do euro, porque temos de superar em conjunto a crise da dívida", disse ainda o político gaulês, defendendo, tal como o governo germânico, a existência de um orçamento conjunto dos Estados da moeda única.

Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, advogou na conferência o reforço dos controlos parlamentares na zona euro, lembrando que o Artigo 3 do Tratado da União estabelece o objectivo de introduzir o euro em todos os países membros.

"Em vez de falarmos numa saída da Grécia do euro, seria melhor falarmos de uma rápida entrada da Polónia para o euro", sugeriu o político social-democrata.

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