Nicolas Sarkozy (UMP), com 29,5% a 30% dos votos e Ségolène Royal (PS), com 25,2% a 26,3%, de acordo com o consenso das sondagens de quatro institutos à boca das urnas foram ontem apurados para disputar a segunda volta das eleições presidenciais francesas no próximo dia 6 de Maio.

François Bayrou, líder da UDF, obteve em 17,9% e 18,8% dos votos. Jean-Marie Le Pen (FN) foi o grande derrotado do dia, ao obter uma votação entre 10,6% a 11,5%, não conseguindo segurar cerca de um terço dos seus eleitores em 2002, que terão votado sobretudo em Sarkozy.

Mais nenhum dos restantes oito candidatos obteve votações acima dos 5%. Pela primeira na história de França, uma mulher aparece em condições de ser eleita para o Eliseu.

Mas, pela sua surpresa, talvez a nota de maior relevo nas eleições de ontem tenha sido a da participação, que atingiu números não vistos em França há mais de cinquenta anos.

A afluência às urnas, estimada entre os 82,7% e 84,5% do eleitorado, constitui um resultado que servirá certamente de combustível a várias análises, e merece desde já o comentário do desfile de analistas que diagnosticaram a desilusão dos franceses em relação aos seus políticos e o alheamento crescente dos eleitores em relação ao acto central das democracias.

O desenlace deste confronto entre dois finalistas na casa dos cinquenta anos assinala a chegada ao poder de uma nova geração, notava ontem a Agence France Press. O escrutínio marca ainda o regresso a França do confronto clássico esquerda-direita, depois de em 2002, Jean-Marie Le Pen se ter imposto entre Jacques Chirac e o socialista Lionel Jospin, disputando com o actual presidente francês a segunda volta.