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Sandro Mendonça sobre discurso de Marcelo: "começou o resto do novo ciclo"
O Presidente disse que este é um orçamento de compromisso e que Governo, maioria parlamentar e Presidência estão, cada um, a fazer o seu papel na defesa do interesse nacional, destaca o economista Sandro Mendonça.
Sandro Mendonça é professor da ISCTE Business School e escreve artigos de opinião em vários jornais. O Negócios pediu-lhe um breve comentário à declaração do Presidente da República sobre a promulgação da proposta de Orçamento do Estado para 2016:
A Presidência da República promulga o Orçamento de Estado fazendo referência ao "caminho estreito" que Portugal tem pela frente. O Presidente enfatiza que este é, talvez, o mais negociado dos últimos anos. É, por isso, um orçamento muito político, de "compromisso".
E, na incerteza da envolvente (as várias crises europeias em curso e a imponderabilidade das previsões), o novo inquilino de Belém faz isto: avisa que tal como na técnica do quadrado, o Governo, a Maioria Parlamentar e a Presidência estão inequívocamente a fazer cada um o seu papel na defesa do interesse nacional.
Marcelo Rebelo de Sousa afirma também o seguinte: é na implementação que tudo se vai decidir. E que a alternativa à austeridade dos últimos anos é um "modelo inspirador" que vale a pena ser tentado, e que, mesmo assim, não agride compromissos internacionais. Perante uma Europa "aquém" e um mundo emergente em abrandamento parte da solução tem de ser "diferente" pois não se verificam mais as premissas que alicerçaram os orçamentos passados (mesmo assim todos errados).
Note-se que nem uma palavra útil foi encontrada no muito ruído que tem feito a oposição. E, sabendo que o Presidente é assessorado pelo anterior titular da Secretaria de Estado do Orçamento, não se pode dizer que possam haver muitas armadilhas no OE que pudessem ser escondidas. Tudo isto pesa. Começou o resto do novo ciclo.