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S&P baixa "rating" da Catalunha para lixo após pedido de ajuda

A S&P considera que o acesso ao Fundo de Liquidez criado pelo Estado pode estar "em perigo" se "o pedido da Catalunha para mudar o seu marco institucional aumentar as tensões com o Governo até ao ponto de ruptura".

31 de Agosto de 2012 às 19:14
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A agência de notação Standard & Poor's anunciou hoje que baixou o "rating" da região espanhola da Catalunha em dois níveis de BBB- para BB, nível considerado "lixo", devido às tensões que considera existirem entre a região e o governo central.

Na sua análise, a agência deixa a avaliação em perspectiva negativa, avisando que a notação pode voltar a ser cortada se a comunidade tiver dificuldades no acesso aos mecanismos de liquidez do Estado.

A S&P considera que o acesso ao Fundo de Liquidez criado pelo Estado pode estar "em perigo" se "o pedido da Catalunha para mudar o seu marco institucional aumentar as tensões com o Governo até ao ponto de ruptura".

A agência recorda a proposta de pacto orçamental exigida pela Catalunha, considerando que essa posição "poderia prejudicar a coordenação necessária entre as administrações regional e central".

Isso afectaria "a boa execução da ajuda financeira do Estado e debilitaria a vontade do Governo de dar o seu apoio em alguns cenários".

A S&P segue, assim, a Moody's, que já no passado dia 17 de Maio tinha descido o "rating" da Catalunha para "lixo".

Na terça-feira, o governo da Catalunha anunciou que vai solicitar ao Fundo de Liquidez das Autonomias um apoio de 5.023 milhões de euros, advertindo porém que não aceita "condições políticas" para essa ajuda.

Francesc Homs, porta-voz do Governo regional da Catalunha afirmou que o Governo usará os recursos - que virão de um fundo dotado com 18 mil milhões de euros - para cumprir com o défice público a que está obrigado, de 1,5% do PIB este ano.

Os fundos, que a Catalunha considera "fundos próprios catalães", serão também utilizados para refinanciar "vencimentos pendentes" até ao fim do ano.

O ministro da Economia espanhol disse na quinta-feira que a Catalunha tem como "condição fundamental" cumprir o objectivo de défice de este ano (1,5% do PIB) para receber a ajuda pedida ao Estado.

"O Governo valoriza os esforços realizados pela Catalunha e não tem a mínima dúvida que continuará a fazer esforços para cumprir o objectivo de défice para este ano e o estabelecido para o próximo", disse Luis de Guindos.

Na terça-feira, o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, afirmou que o Governo central "ajudará a Catalunha como a outras comunidades autónomas" para que resolvam os seus problemas de liquidez, mantendo-se os compromissos de cortes do défice e dívida.

"O Governo da Catalunha, já o sabíamos todos, tem um problema de liquidez. Não pode enfrentar alguns vencimentos da sua dívida. Esse é o grande problema que tem actualmente o nosso país", disse Rajoy, em conferência de imprensa em Madrid.

"Não se trata de que aumente a sua dívida. A Catalunha tem que pagar vencimentos de dívida, não o pode fazer e pede ajuda ao Estado. Isto é algo que se fez nos últimos meses com várias comunidades e que continuaremos a fazer", disse.
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