A reforma da tributação do património, com a extinção da Sisa, pode avançar já em Janeiro de 2002, defendeu Ricardo Sá Fernandes, responsável pela Estrutura Coordenadora da Reforma Fiscal (ECORFI), em declarações ao «Expresso».

«Existem os instrumentos legislativos necessários e estão feitos os estudos de quantificação dos custos desta operação», explicou o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

Sá Fernandes sublinhou que, caso o primeiro ministro, António Guterres, não concretize a reforma de tributação do património em 2002, esse facto ficará para a história governativa do Partido Socialista (PS) como uma das maiores «derrotas políticas».

«Seria politicamente insustentável que o Governo adiasse por mais tempo a abolição de um imposto que o próprio primeiro-ministro classificou como o mais estúpido do mundo», afirmou Sá Fernandes ao mesmo semanário.

A ECORFI entregou recentemente uma proposta ao ministro das Finanças, Oliveira Martins, que prevê a substituição da Sisa por IVA a 5% e a redução para metade da Contribuição Autárquica.