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Rússia admite que condições externas mudaram a economia para sempre

A presidente do Banco Central da Rússia garantiu ainda que os depósitos em dólares ou outras moedas não serão confiscados na Rússia.

16 de Junho de 2022 às 12:42
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A Rússia admitiu que as condições externas da economia do país mudaram há muito tempo ou mesmo para sempre devido às sanções ocidentais, com impacto no seu sistema produtivo, logístico e tecnológico.

"As condições externas mudaram há muito tempo, senão para sempre", disse a presidente do Banco Central da Rússia (BCR), Elvira Nabiúlina, durante a conferência no Fórum Económico Internacional, em São Petersburgo.

Para a economista, é claro que a situação "é muito complexa, muito desafiadora" e, portanto, tem de se ser "flexível". "Há que responder a essas mudanças de forma proativa", adiantou a responsável.

Nabiúlina afirmou ainda que a Rússia, cuja economia depende fortemente das exportações, deve repensar este modelo, porque, por agora, "uma parte importante da produção deve beneficiar o mercado interno".

Além disso, defendeu que a "maioria das restrições cambiais" impostas pelo BCR no início da invasão militar da Rússia à Ucrânia, a 24 de fevereiro, em resposta às sanções, deve ser retirada à medida que o sistema financeiro for estabilizando.

A presidente do BCR garantiu ainda que os depósitos em dólares ou outras moedas não serão confiscados na Rússia.

Por sua vez, Maxim Oreshkin, conselheiro do Presidente russo, Vladimir Putin, considerou que o que "está a acontecer agora no mundo não se passa no curto prazo, mas tem a ver com mudanças tectónicas na geopolítica".

"As coisas não serão mais como eram. Não há mas... E isso afeta todos os níveis de governo e quanto mais cedo o aceitarmos, melhor será para o país", salientou.

Para o ministro do Desenvolvimento Económico, Maxim Reshetnikov, "a situação mudou drasticamente".

"A economia mundial está a mudar drasticamente e, enquanto a economia está sob sanções este facto obrigou-nos a mudar as cadeias de fornecimento e de produção", advertiu.

Além disso, realçou que a "profundidade das mudanças afeta tudo", nomeadamente as pagamentos sociais, despesas orçamentais e o desenho dos programas de empréstimos (...)".
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