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Rio considera que Rangel "não está preparado" para ser primeiro-ministro

Melhorar os serviços públicos, em particular na saúde, e reduzir a carga fiscal no IRC e no IRS são medidas que constarão do programa. que Rio ainda não quis detalhar.

Miguel A. Lopes/Lusa
11 de Novembro de 2021 às 07:37
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O presidente do PSD e recandidato ao cargo, Rui Rio, considerou na quarta-feira que o seu opositor interno "não está preparado para ser primeiro-ministro", ao contrário de si próprio. Em entrevista à RTP3, Rui Rio considerou que "mal seria" se ele próprio não estivesse preparado para ser primeiro-ministro ao fim de quatro anos de liderança.

Questionado se Paulo Rangel, com quem disputará eleições diretas para a presidência do PSD em 27 de novembro, estará preparado para essa função, Rio respondeu: "Acho que não, ninguém consegue estar preparado [para ser primeiro-ministro] dois meses depois" de eleições internas.

"Não está, isto para mim é claro. Se me dissessem, quando entrei para o PSD em fevereiro [de 2018], que em maio ia disputar legislativas... eu não estava. Ainda por cima dois meses e com disputa interna", afirmou.

Confrontado pelo jornalista Vítor Gonçalves se não estava a dar ao PS um bom argumento para usar na campanha para as legislativas contra Rangel se este vencer as eleições diretas de 30 de janeiro, Rio admitiu ser verdade.

"Está a ver como tenho razão? Por isso é que acho que é um disparate [eleições diretas em vésperas de legislativas], mas eu não tenho culpa nenhuma, fiz tudo o que estava ao meu alcance", afirmou.

Rio defendeu ainda que "não pode ser primeiro-ministro quem não quer, mas também não pode ser primeiro-ministro quem muito quer".

"Quem não quer não tem depois resistência psicológica, quem muito quer não sabe no que se está a meter, isto é uma missão por Portugal muito espinhosa e muito difícil", afirmou.

Na entrevista, Rio justificou o seu anúncio de terça-feira de que não irá fazer campanha interna pelo país para se "concentrar na oposição ao Governo do PS" com a necessidade de se preparar e ao partido para as legislativas de 30 de janeiro, rejeitando que seja uma desconsideração pelos militantes.

"Se eu não estiver preparado não me interessa ganhar porque vou perder as legislativas", disse, voltando a rejeitar debates com Paulo Rangel que "até podem começar com delicadeza, mas a meio descambam".

Sobre a sua preparação para o cargo de primeiro-ministro, Rio recordou que criou o Conselho Estratégico Nacional, "com centenas de pessoas" e já tem "muitos papéis produzidos".

"É preciso pegar nessas ideias e trabalhá-las e decidir quais vamos incluir no programa", disse, assegurando que todas as que lá estiverem têm de ser realizáveis e com custos contabilizados.

Entre as prioridades de um futuro programa eleitoral, o líder do PSD e recandidato ao cargo considerou que "o que os portugueses querem são mais e melhores empregos", o que passa pelo reforço da competitividade e da economia.

"Não tem mobilidade social nem elevador social nenhum se não tiver mais riqueza para distribuir", apontou, num recado à prioridade definida por Paulo Rangel na apresentação da sua candidatura.

Melhorar os serviços públicos, em particular na saúde, e reduzir a carga fiscal no IRC e no IRS são outras das medidas que constarão do programa e que Rio ainda não quis detalhar.

"A carga fiscal vai baixar e no programa eleitoral tem de estar claro em quanto, tenho de saber responder a isso, qual a folga orçamental que o crescimento nominal do produto vai ter, qual quero usar nesta redução e qual a parte destinada ao IRC e IRS", assegurou.

Questionado se vencer as eleições diretas irá convidar Paulo Rangel para algum lugar, Rio respondeu que o seu opositor já é "o número um do PSD no Parlamento Europeu" e até foi o seu cabeça de lista ao Conselho Nacional. "Já tem um lugar relevante, ninguém lho vai tirar", afirmou.

Ao contrário, e à pergunta se perder aceita colaborar com a direção de Paulo Rangel, Rio disse que "tenderia a dizer" que a sua carreira política terminará, pelo menos em termos de cargos partidários, admitindo poder manter alguma intervenção política ocasional.

"Já ando nisto há muito tempo, estes quatro anos são particularmente difíceis. Resistência como se vê não me falta", disse, frisando que já é o líder da oposição que perdurou mais tempo, já quase quatro anos.sa/fim
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