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"Responsáveis pelo BPN são apoiantes de Cavaco e nasceram politicamente com ele"

Manuel Alegre abordou no debate desta noite dois episódios mais incómodos para Cavaco Silva, associando o rival aos protagonistas do escândalo do BPN e trazendo novamente para a agenda o episódio das alegadas escutas do Governo no Palácio de Belém.

29 de Dezembro de 2010 às 22:54
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Já na parte final do debate, quando questionado pela moderadora Judite Sousa sobre se tinha dúvidas relativamente à posição societária de Cavaco Silva no universo do BPN, o candidato apoiado pelo PS e pelo BE disse não se querer pronunciar sobre essa questão em particular. No entanto, aproveitou para criticar o caso na perspectiva da “grande promiscuidade entra a política e os negócios, dadas as pessoas envolvidas”.

Oliveira e Costa e Dias Loureiro?, questionou Judite Sousa. “Estou-me a referir a alguns responsáveis do BPN, que são todos apoiantes de Cavaco e nasceram politicamente com ele”, sintetizou Alegre.

Também o episódio das alegadas desconfianças da Presidência da República de que estaria a ser vigiada pelo Governo (que no segundo semestre de 2009 levou à maior queda de popularidade de Cavaco durante o primeiro mandato), foi trazido para debate por Manuel Alegre neste debate que era encarado como decisivo para reentrar na disputa.

“A cooperação estratégica falhou. Surpreendeu-me a posição de Cavaco no caso das escutas. Perante uma acusação gravíssima contra o Governo, não houve um desmentido, não houve uma palavra do Presidente, só falou depois das legislativas e a pessoa envolvida não foi despedida mas até desculpada”. Alegre citou “um ilustre constitucionalista que disse que o episódio “pôs em causa a lealdade” [para com o governo] para concluir que “o Presidente devia ter vindo esclarecer de imediato as suas dúvidas ou dizer que era uma simples manipulação”.

No debate desta noite na RTP, Manuel Alegre lembrou ainda a ocasião em que Cavaco foi à Madeira e o Governo Regional não permitiu uma recepção oficial no Parlamento Regional com o argumento de que os deputados da oposição são “um bando de loucos”. “Eu não aceitaria. (…). Um Presidente não pode ceder assim aos caprichos de Alberto João Jardim”, atirou.

O candidato apoiado pelo PS e BE abordou também os avisos que Cavaco Silva deixou à Assembleia da República após promulgar alguns diplomas mais polémicos, afirmando que “uma lei da República que é promulgada não deve ser desvalorizada” e “fazê-lo tantas vezes desvaloriza as leis que ele promulga”. Cavaco defendeu-se ao dizer que o faz “para que as leis possam ser melhor executadas”, argumentando que há em Portugal “um problema com a qualidade da legislação”.

Algumas das mais notadas comunicações que Cavaco fez acompanhar com a promulgação aconteceu com diplomas sobre matérias fracturantes ou de carácter mais ideológico, sublinhando a este propósito Manuel Alegre que o seu opositor “representa um projecto político diferente” do seu. “Tenho uma visão mais aberta, tolerante e progressista em relação a determinados valores. Leis que foram aprovadas na Assembleia da República, como a lei da interrupção voluntária da gravidez, a lei da paridade, a lei da procriação medicamente assistida ou a lei do divórcio, são avanços civilizacionais”, defendeu Alegre.

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