Notícia
"Os partidos devem perceber como isto influência quem nos lê externamente"
O presidente da CIP avisa que a crise política vai agravar o alarmismo externo em relação à situação orçamental de Portugal. António Saraiva pede "bom senso aos partidos". Em causa está a divisão gerada pela lei das finanças regionais.
04 de Fevereiro de 2010 às 20:52
O presidente da CIP avisa que a crise política vai agravar o alarmismo externo em relação à situação orçamental de Portugal. António Saraiva pede “bom senso aos partidos”. Em causa está a divisão gerada pela lei das finanças regionais.
“A classe política deve ter a sensatez de não entrar em guerras e deve reflectir. Se os partidos não percebem a forma como isto influencia quem nos lê externamente, deviam perceber. A CIP pede bom senso aos partidos”, diz ao Negócios António Saraiva
“A verdade é que esta instabilidade política afecta as leituras que se fazem de Portugal e as agências de ‘rating’ vão subir o risco. Isto vai penalizar a obtenção de crédito e o acesso ao mesmo e haverá consequentemente um aumento de juros”, argumenta o presidente da CIP, que teme o impacto da actual instabilidade política e financeiras no quotidiano das famílias e das empresas.
"Relativamente às famílias, e tendo em conta o nível de endividamento existente no País, esta situação actual pode gerar situações complicadas. Quanto às empresas, que precisam de financiamento, esta situação diminui de forma gravosa a nossa competitividade", alerta.
António Saraiva considera que “o Governo tem que gerar factores de confiança” e sublinha que “os olhos estão em Portugal”. “O Governo tem que sinalizar confiança naqueles que o observam. A questão da dívida pública e da dívida externa não pode continuar assim. Temos que pôr as nossas contas em dia e isso requer medidas corajosas, que podem ser impopulares.”
Quanto a medidas, o presidente da CIP refere que podem passar pelo corte de salários. “Há questões como a gordura da administração pública, que deve ser reduzida. E, porque não, avançar com a redução de salários, se for necessário dar sinais do esforço que o País está disposto a fazer para controlar a sua despesa.”
No que toca a aumento de impostos, não se mostra particularmente favorável. “É preciso é reduzir a despesa. Aumentar os impostos só vai fazer crescer a pressão sobre as famílias”, conclui António Saraiva.
“A classe política deve ter a sensatez de não entrar em guerras e deve reflectir. Se os partidos não percebem a forma como isto influencia quem nos lê externamente, deviam perceber. A CIP pede bom senso aos partidos”, diz ao Negócios António Saraiva
"Relativamente às famílias, e tendo em conta o nível de endividamento existente no País, esta situação actual pode gerar situações complicadas. Quanto às empresas, que precisam de financiamento, esta situação diminui de forma gravosa a nossa competitividade", alerta.
António Saraiva considera que “o Governo tem que gerar factores de confiança” e sublinha que “os olhos estão em Portugal”. “O Governo tem que sinalizar confiança naqueles que o observam. A questão da dívida pública e da dívida externa não pode continuar assim. Temos que pôr as nossas contas em dia e isso requer medidas corajosas, que podem ser impopulares.”
Quanto a medidas, o presidente da CIP refere que podem passar pelo corte de salários. “Há questões como a gordura da administração pública, que deve ser reduzida. E, porque não, avançar com a redução de salários, se for necessário dar sinais do esforço que o País está disposto a fazer para controlar a sua despesa.”
No que toca a aumento de impostos, não se mostra particularmente favorável. “É preciso é reduzir a despesa. Aumentar os impostos só vai fazer crescer a pressão sobre as famílias”, conclui António Saraiva.