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"O país tem que responder a este ataque dos mercados" (act.)

O ministro das Finanças veio hoje alertar que Portugal está a atravessar "um momento decisivo e que o país tem que responder a este ataque dos mercados" .

27 de Abril de 2010 às 17:25
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O ministro das Finanças veio hoje alertar que Portugal está a atravessar "um momento decisivo” e que o “país tem que responder a este ataque dos mercados”.

Em reacção à decisão da S&P, que hoje cortou dois níveis ao “rating” da República portuguesa, de A+ para A-, e esmagou o “rating” da Grécia para uma classificação equivalente a “lixo”, Teixeira dos Santos diz que “este é um momento decisivo” e lança por isso um apelo firme ao sentido de responsabilidade da oposição.

“É tempo de o Governo e os partidos, em especial o PSD, se entenderem quanto a isto: há que executar as medidas necessárias. Não é tempo para querelas inúteis”, sublinha.

Em comunicado, o ministro – que se encontra neste momento em Angola– diz que é preciso “focar a atenção naquilo que é e deve ser prioritário para o país pois as dificuldades da crise ainda não acabaram e o que importa é ultrapassá-las o mais rapidamente possível a bem da robustez e solidez da recuperação económica e do reforço da competitividade da economia portuguesa”.


As razões da S&P

A probabilidade de Portugal não conseguir atingir as metas previstas para a redução do défice levou a S&P a cortar hoje, em dois níveis, de A+ para A-, a notação da dívida soberana portuguesa.

“A descida em dois níveis reflecte a nossa perspectiva de que Portugal enfrenta riscos orçamentais amplificados”, escrevem os analistas da agência de “rating”, que antecipam ainda uma “estagnação” da economia portuguesa ao longo deste ano.

A explicar as dificuldades em "domar" o défice está, entre outros, a aritmética parlamentar. "Existe um risco de implementação das medidas anunciadas no programa do Governo, em particular dado que o Governo minoritário precisará do apoio da oposição para aprovar a necessária legislação", escreve a S&P.

Portugal comprometeu-se a baixar o défice do valor recorde de 9,4% do PIB em 2009 para 8,4% neste ano, antes de chegar a 2,8% em 2013.

Nos cálculos da S&P, a consolidação orçamental vai fazer-se a um ritmo "mais lento do que o Governo prevê", e em 2013 o défice orçamental estará ainda em 4,1% do PIB, teimosamente acima do limite de 3% "tolerado" pelas regras do euro.


Necessidades elevadas de refinanciamento da dívida
tornam Portugal mais "vulnerável"


Também a dívida pública poderá engrenar numa dinâmica de crescimento mais célere do que a antecipada pelo Executivo: a S&P prevê que o rácio chegue aos 95% do PIB em 2013, vindo de 68% em 2008.

A agência sublinha ainda o facto de Portugal ter um dos "rácios mais elevados da Zona Euro", equivalente a "quase 18% do PIB" só neste ano, quando se mede a necessidade de refinanciamento da dívida pública, sublinhando que esta circunstância coloca Portugal numa posição "vulnerável a alterações do sentimento dos investidores".
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